Na actual situação epidémica reforça-se a importância das questões que o PCP tem vindo a colocar nos últimos dois anos.
Em primeiro lugar a necessidade de reforçar o Serviço Nacional de Saúde, para garantir a sua capacidade de resposta - seja no plano hospitalar, dos cuidados primários ou da saúde pública, em particular no que concerne à contratação e estabilização dos vínculos dos profissionais. O cansaço e por vezes exaustão de muitos profissionais de saúde, referido pelo Primeiro-Ministro na sua conferência de imprensa, é no fundamental uma consequência da ausência de uma política de contratação adequada.
Igualmente a prioridade ao processo de vacinação, acelerando-o, promovendo o pleno aproveitamento das capacidades instaladas e reforçando-as onde seja necessário.
Por outro lado torna-se imprescindível garantir o efectivo acesso à testagem gratuita, em todo o território nacional e em particular nas situações em que ela é mais premente, como são o caso de necessidades de visitas a familiares em lares ou internamentos hospitalares, ou nos contactos próximos com casos positivos. Para o efeito é necessário mobilizar os meios públicos disponíveis e ainda não utilizados, recorrendo aos meios convencionados necessários para garantir essa disponibilidade.
As medidas agora anunciadas pelo Governo retomam uma opção por soluções restritivas com fortes prejuízos para os trabalhadores e muitas actividades económicas, que não pode ser a resposta automática para cada situação de maior incidência da COVID-19. É necessário que o Governo garanta, quer o respeito integral pelos direitos e remunerações dos trabalhadores, quer o apoio às actividades mais atingidas por estas medidas, particularmente na época específica em que estamos.
Finalmente o PCP sublinha que, sem prejuízo do acompanhamento da evolução da situação, estamos hoje numa situação bastante diferente da que tínhamos há um ano atrás, uma vez que a grande maioria da população está vacinada e uma faixa significativa dos grupos de maior risco obteve já a dose de reforço. Por isso quer o número de casos positivos, quer sobretudo o número de internamentos em enfermaria e em cuidados intensivos são substancialmente inferiores.
Estes factos não podem ser ignorados no contexto das medidas tomadas em cada momento, mesmo tendo em conta a eclosão da nova variante.