As eleições legislativas realizadas dias 12 e 19 de Junho em França ficam marcadas pela perda da maioria absoluta por parte das forças políticas que têm governado nos últimos anos. Um resultado que representa uma significativa derrota para Macron – representante dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros – e para sua política de ataque a direitos laborais e sociais e a outros direitos democráticos.
As forças que integraram a coligação eleitoral Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES) – França Insubmissa, Partido Comunista Francês, Europa Ecologia - Os Verdes, Partido Socialista –, aumentaram de forma global o número de deputados.
As eleições foram igualmente marcadas por uma perda de votos e de deputados dos partidos de direita e a subida do número de votos e deputados da extrema-direita.
Embora com elementos contraditórios, os resultados destas eleições são expressão de uma vontade de mudança de política, de rejeição do aumento da idade de reforma, de exigência de aumento dos salários e das pensões, de controlo e redução dos preços dos combustíveis, da energia e de produtos de primeira necessidade, de defesa e melhoria dos serviços públicos, como da saúde e educação, justas reinvidicações que estiveram presentes durante a campanha eleitoral.
Resultados eleitorais que não deixam de estar associados a um injusto sistema eleitoral que visa intencionalmente distorcer a correspondência entre os votos recebidos nas urnas e os correspondentes mandatos no parlamento, como é expresso no facto da coligação que apoia Macron ter obtido cerca de 25% dos votos na primeira volta, mas ter ficado com cerca de 42% dos deputados.
O PCP saúda e considera de grande importância o prosseguimento e desenvolvimento da luta dos trabalhadores e do povo francês em defesa dos seus direitos e condições de vida, na continuidade das suas melhores tradições de luta pela liberdade, o progresso social e a paz.