Intervenção de Alma Rivera na Assembleia de República, Debate sobre o Orçamento do Estado 2024

Os serviços públicos vão funcionando à custa de trabalhadores desvalorizados

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Sr Primeiro- Ministro

A pergunta que lhe queremos fazer é a seguinte:

Qual é o plano? É deixar definhar os serviços públicos enquanto temos de ouvi-los à exaustão gabar-se do défice baixo?
 
É difícil convencer seja que for do “o bom caminho” quando a situação está à vista:

Na saúde, a recusa sistemática de ir ao encontro das necessidades do SNS e do seus profissionais significa, na prática, que as pessoas querem uma consulta e não têm, precisam de se dirigir a uma urgência e ela está fechada, é esta a realidade, a das filas durante a madrugada.

E o que é que o governo apresenta ao país? Um orçamento que vai exatamente no mesmo sentido, em que diz fazer um grande investimento, só não diz que grande parte vai direitinha para os grupos privados da saúde que cresceram à custa do estrangulamento do SNS.

Que bom caminho?

Olhe-se para as escolas: Diz-se frequentemente que a Educação é o investimento mais importante que um país pode fazer no seu povo. O que é que devemos concluir então? Que o Governo desistiu do seu povo.

Ou como é que continua a fazer esta opção de não reconhecer o que é devido os professores? A pagar mal e a desvalorizar as carreiras dos trabalhadores da educação? Com milhares de alunos sem professores e sem os recursos pedagógicos necessários.

Com a ciência a fazer-se à custa da precariedade.

É tudo assim.

Diga-nos uma área em que os profissionais estejam a ter a valorização, os salários, a progressão nas carreiras que lhes é devida?Veja-se a situação da Justiça! É insustentável.
 Nos tribunais, nos registos, nos estabelecimentos prisionais. e não há uma medida que vá ao encontro das necessidades de uma justiça célere e acessível aos cidadãos.
 
Olhe-se para as forças de segurança ou para as forças armadas. Profissionais desmotivados, destratados e a recusa sistemática em dar salários e condições de trabalho dignas
Este país, os seus serviços públicos – os únicos capazes de garantir acesso aos direitos de forma igual para todos - vão funcionando à custa de trabalhadores desvalorizados, de trabalhadores em situação precária, de horas e horas de trabalho suplementar. E o governo assiste.

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