O que acabamos de ouvir da parte a senhora Ministra da Saúde, representa uma confissão implícita da incapacidade do Governo em resolver os problemas do Serviço Nacional de Saúde, num quadro de profundo agravamento do Serviço. Nós estamos perante uma situação inédita, que é o número de crianças que nascem em ambulâncias a caminho dos hospitais. E a resposta que o governo tem para isso é a afirmação da senhora ministra de que para o ano não pode voltar a acontecer sem que seja apresentada qualquer medida que vá no sentido de corrigir essa situação com a urgência que efectivamente se impõe.

Aquilo que é anunciado hoje pela senhora Ministra, no fundo, são transferências financeiras para o sector privado, quer por via do aumento da comparticipação do Estado em ecografias a fazer pelos grupos privados, quer por via da abertura a privados, ao sector privado e social, da criação das Unidades Saúde Familiar tipo C e, portanto, não vimos nenhuma medida de resposta ao agravamento que se tem vindo a verificar do Serviço Nacional de Saúde, o que exige, obviamente, a contratação de profissionais e a garantia de atratividade para os profissionais do Serviço Nacional de Saúde.

Sem isso os problemas não se vão a resolver e quanto a isso, as medidas anunciadas da parte do governo não são nenhumas. E o que verificamos é de facto um quase reconhecimento da incapacidade do Governo para não só não resolver como para travar o agravamento que se tem vindo a verificar de das condições de prestação do Serviço Nacional de Saúde.