Sr.ª Presidente,
Sr. Deputado Paulo Batista Santos,
Começo por ajudá-lo nas suas pesquisas históricas.
Além das duas que referiu, vou dizer-lhe que, nos últimos dois séculos, a Espanha não cumpriu 13 vezes a sua dívida e a Alemanha e a França, à sua conta, 9 vezes, cada uma.
Convém, lá no seu Grupo Parlamentar, pesquisar melhor a sua história, porque a sua história é muito míope e reduzida!
De facto, o PSD tem insistido em tornar pública, em mediatizar uma ideia completamente errada sobre a proposta de renegociação da dívida, que o PCP apresenta desde 5 de Abril.
Dizem os senhores, em síntese: renegociar é não pagar. Sr. Deputado Paulo Batista Santos, isso é uma mentira, uma deliberada mentira preparada pelo PSD, pelo CDS e também pelo PS para manipular, condicionar a opinião pública em Portugal e prosseguir com o Memorando de Entendimento negociado com a tróica.
Sr. Deputado Paulo Batista Santos, acha que o Sr. André Jordan, insuspeito de ser comunista, como é evidente, que neste fim-de-semana disse sobre a dívida do turismo que, de duas, uma, ou se renegociava a dívida — e renegociar a dívida era defender o património dos devedores e credores —, ou não havia saída, é irresponsável, tem um discurso facilitista e não quer pagar a dívida?!
Sr. Deputado Paulo Batista Santos, Alberto Castro, Director do Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica Portuguesa, diz isto: «A renegociação da dívida é inevitável.» Acha que o Dr. Alberto Castro é comunista, é irresponsável e não quer pagar a dívida de Portugal, internacionalmente?!
Sr. Deputado Paulo Batista Santos, três afirmações.
Primeira, esta taxa de juro pode piorar a sustentabilidade da dívida pública. Segunda, a taxa de juro é bastante elevada, sendo demasiado alta para um nível da dívida actual. Por outras palavras, é bem possível que esta taxa de juro possa causar problemas ao nível da insustentabilidade da dívida pública. Sabe quem disse isto? Foi Álvaro Santos Pereira, o «Ministro Álvaro»! Acha, Sr. Deputado, que com estas ideias, com estas propostas, o «Ministro Álvaro» pode continuar a fazer parte do vosso Governo, sendo contrário àquilo que o senhor acaba de dizer?!
Disse.