Na sequência das conclusões do retiro militarista de 3 de Fevereiro, convocado por António Costa, Ursula von der Leyen anunciou um plano belicista para a União Europeia, propondo mobilizar recursos substanciais para a escalada armamentista e a guerra, em vez de dar resposta aos problemas que os trabalhadores e os povos enfrentam nos diferentes países que integram a UE, incluindo em Portugal.
Antecipando a reunião extraordinária do Conselho Europeu, von der Leyen avançou com a proposta de mobilização de 800 mil milhões de euros para o negócio da guerra, insistindo no prolongamento da guerra na Ucrânia, com todas as suas dramáticas consequências e perigos, em vez de contribuir para a solução política que há muito se impõe para o conflito.
Quando na UE há mais de 90 milhões de pessoas em risco de pobreza e exclusão social, entre elas 20 milhões de crianças; quando os salários e as pensões não garantem condições de vida digna a milhões de trabalhadores; quando aumenta a dificuldade no acesso à habitação; quando se degradam os serviços públicos de saúde e de educação; quando se aprofundam as assimetrias de desenvolvimento entre países; quando tudo isso acontece a Comissão Europeia avança com uma proposta de aplicação da cláusula de derrogação do Pacto de Estabilidade, não para resolver estes problemas, mas para aumentar os gastos militares e promover a escalada armamentista e a guerra.
Para além de deixar de incluir as despesas para o militarismo e a guerra para o calculo da dívida pública e do défice, a Comissão Europeia abre ainda a possibilidade de serem agora destinados aos armamentos recursos que haviam sido antes destinados à política de coesão.
Cumprir a intenção de von der Leyen de aumentar em 1,5% do PIB os gastos com despesas militares, para além daquilo que já se gasta, significaria para Portugal uma despesa acrescida de quase mais 4 mil e 300 milhões de euros!
Dinheiro do povo que faz falta ao povo e que a UE quer esbanjar numa economia de guerra, em favor dos armamentos e da guerra, isto é, da morte, do sofrimento, da destruição.
Rejeitamos em absoluto este caminho de militarização da UE e a sua transformação num bloco político-militar, complementar (ou não) à NATO, mas sempre ao serviço dos interesses das suas grandes potências e grupos económicos, nomeadamente da indústria armamentista.
Podem contar connosco para dar combate a estas políticas e a estas intenções.
Continuaremos a defender o caminho da paz, dos acordos de desarmamento, da segurança colectiva, da cooperação entre os povos!