Algumas palavras sobre as recentes cheias que afectaram vários países, partindo da observação de Lisboa, capital de Portugal – um caso paradigmático. Se esquecer o que se passou em Itália, nomeadamente em Génova, em França e noutros países.
Chuvas intensas não são necessariamente sinónimo de cheias. As cheias devem-se não tanto a divinas irritações de S. Pedro mas sim ao homem – às políticas vigentes, da ocupação desregrada e abusiva dos solos aos meios de prevenção e de gestão que não são devidamente mobilizados.
São necessárias medidas de prevenção estrutural, preteridas nos últimos anos, sobretudo nas cidades, pelo avanço do betão e da impermeabilização dos solos.
A correcção de situações indutoras de risco e a concretização de planos de drenagem eficazes, por exemplo.
Tudo isto exige investimentos públicos vultuosos, mas imprescindíveis.
Exige romper com a desresponsabilização do Estado e os ataques aos serviços públicos, da protecção civil aos serviços de água e saneamento, expondo os cidadãos a intoleráveis e evitáveis riscos.