Intervenção de Paulo Raimundo, Comício no Porto

Por um país soberano onde o povo escolhe o seu futuro

Por um país soberano onde o povo escolhe o seu futuro

Uma grande saudação a todos.

A realidade aí está a confirmar o que dissemos desde o primeiro momento sobre o actual Governo.

Para os problemas estruturais com que o povo, os trabalhadores e o País se confrontam – sobram anúncios e intenções.

Para os grupos económicos – as medidas concretas e o mais depressa possível.

Uma estratégia clara do Governo que aproveita os problemas estruturais que afectam a maioria, para abrir novas oportunidades de negócio para uma minoria.

Mexe no IRS, para não aumentar os salários e para justificar o seu grande objectivo, a descida isso sim, e significativa, dos impostos para os grandes grupos económicos.

Anuncia medidas para a juventude, mas passa olimpicamente ao lado dos baixos salários, passa ao lado da precariedade, passa ao lado das rendas.

Mexe no Complemento Solidário para Idosos, uma medida que incide sobre cerca de 140 mil reformados, deixando claramente de lado mais de 2 milhões que continuam à espera da medida mais estruturante, mais importante e que se impõe, o aumento extraordinário das reformas e pensões para todos os reformados e pensionistas.

Avança com trinta medidas para a habitação, todas e cada uma ao sabor da vontade da banca e dos fundos imobiliários, com lucros cada vez maiores,
e passa ao lado dos que sofrem todos os dias com as rendas e as prestações.

Pré-anuncia planos de emergência para a saúde, mas o que virá será mais transferência de dinheiro e recursos públicos para os grupos económicos que fazem da doença um negócio.

Procura explorar os acordos com os professores como se tivesse tido alternativa.

Em 2019 poderíamos ter resolvido a questão da contagem do tempo de serviço.

Na altura o PSD deu o dito por não dito, enrolou a corda e o problema não se resolveu.

Durante anos consecutivos o PS recusou este reconhecimento e mesmo com a maioria absoluta decidiu não responder às justas reivindicações dos professores.

Aqui chegados, o actual Governo, não tinha, ainda que o tivesse tentado,  
nenhum espaço de manobra para voltar a trás e depois de anos e anos de luta dos professores, não teve alternativa que não fosse avançar para a reposição do tempo de serviço dos professores.

O Governo poderia e deveria ter resolvido o problema, mas não o fez,
deixou ainda milhares de professores e educadores de fora da solução.

Da mesma forma que pode, deve e tem de resolver as justas reivindicações das forças de segurança, profissionais da saúde, da justiça e tantos outros sectores com quem se comprometeu.

Muitas proclamações, muitos anúncios,  mas à medida que uma pequena minoria concentra grande parte da riqueza que é criada, milhões de trabalhadores recebem por mês menos de 1000 euros brutos, e mais de um milhão de reformados recebem abaixo do limiar de pobreza.

Mais de 2 milhões de pessoas vivem em risco de pobreza ou exclusão social,
com milhares e milhares de crianças nesta situação.

Tudo com o alto patrocínio e apoio da União Europeia e das suas imposições, aceites que são e de forma submissa por  PSD, CDS, PS, Chega e IL.

No dia 9 de Junho é a oportunidade da mudança que se exige.

Uma mudança que será possível se cada um se transformar naquilo que deve ser, um agitador e construtor do resultado, falando com outros e esses outros convencerem outros.

Uma mudança que só lá vai com o voto na CDU e que é do interesse de quem trabalha, de quem trabalhou uma vida toda, de quem estuda, dos que procuram noutro país as condições de vida que não encontram no lugar onde nasceram,
dos que sofrem a discriminação, dos que têm o seu pequeno negócio.

É esta a grande questão que está em jogo, e mais uma vez, nas eleições para o Parlamento Europeu.

Se o voto na CDU interessa ao trabalho não interessa a quem ganha com a política contra o trabalho e os trabalhadores.

É uma evidência que a família Soares dos Santos, ou a Amorim, não votam na CDU.

E percebemos o porquê.

O que lhes convém não é que os fundos comunitários sirvam para o
desenvolvimento do País.

O que lhes convém não é o controlo público dos sectores estratégicos.

O que lhes convém não é que as regras orçamentais sirvam para estrangular os serviços públicos e dessa forma abrir novas oportunidades de negócio financiadas por recursos públicos.

O que lhes convém é que tudo fique mais ou menos na mesma, que com mais ou menos barulho tudo siga como está previsto, mais ataques à maioria, mais benesses para uma minoria.

Connosco não contam para isso.

Quem apoia, quem vota na CDU sabe que o seu voto é um voto pelo aumento dos salários e das reformas.

Um voto pelo investimento nos serviços públicos, no SNS, na Escola Pública.

Um voto pela habitação, contra a especulação, um voto contra o BCE e as suas opções de aperto para a maioria e de benefício da banca.

Um voto pela Paz, um voto que não desiste do presente e do futuro, um voto de coragem de quem quer que os filhos e netos de todos vivam em paz e que não sejam enviados para a guerra e para a morte.

O voto na CDU é o voto que interessa e é necessário à maioria.

Os nossos adversários sabem que é assim e porque assim é, gastam rios de tinta a tentar hostilizar e descredibilizar as nossas propostas.

É caso para dizer, deixemo-los inventar, mentir, denegrir e caricaturar.

Por muito que o façam, por maiores que sejam os seus meios e alcance,
há um elemento, a questão central, que é a verdade e a razão, essas que estão ao nosso e só ao nosso lado, essas que carregamos com orgulho há anos e anos.

Sempre ao serviço dos trabalhadores, do País e de todos os que  vivem e trabalham em Portugal.

Sempre contigo, para o que der e vier.

O voto ao serviço do nosso Povo, esse povo que com as suas mãos e muitas vezes com a sua própria vida, resistiu, resistiu, lutou e lutou e levou por diante a revolução de Abril e construiu cada uma das suas conquistas e sublinhou cada um dos seus valores.

Este povo que saiu à rua no passado dia 25 de Abril, numa afirmação histórica da Revolução, uma extraordinária afirmação de que o povo está com Abril e é em Abril que está o caminho que é preciso retomar.

Esse Abril que se reafirmou na grande jornada de luta do 1.º Maio, promovida pela CGTP.

Ali esteve a determinação e a força para a luta que continua.

É com esta luta, é com esta determinação, com a juventude, com os que cá vivem e trabalham, com a CDU e com este povo, que isto vai, mas vai mesmo, andar para a frente.

Com força, determinação, exigência e luta.

Essa luta que aí está e que daqui saudamos, pelo emprego, pelos salários, contra a precariedade e horários desregulados como na Efacec, na Aapico,
na SNA Europe, na Inapal Metal, na Preh, na Imprensa Nacional Casa da Moeda, nos Enfermeiros do Hospital de Santo António ou da Hospitalização Privada,
na Ágora Empresa Municipal do Porto, nas Cantinas, nos Museus e Monumentos de Portugal, mas uma luta também pelo Serviço Nacional de Saúde, pelos transportes e pela mobilidade, pelos salários, contra a precariedade e horários desregulados, mas uma luta também pelo Serviço Nacional de Saúde, pela habitação, pelos transportes e pela mobilidade.

O povo já deu provas de ter o engenho, a criatividade e a capacidade de ultrapassar todos os obstáculos e de construir o futuro que precisa, merece e quer.

Abril é um óptimo exemplo disso mesmo.

É esse Abril que precisa de voltar a ocupar o centro da política e que está inscrito no nosso programa e nos compromissos que apresentamos ao povo e a todos os que cá vivem e trabalham.

 

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