Em termos gerais, poderá afirmar-se que este relatório tem como
objectivo incentivar a integração dos "novos" Estados-Membros na
política externa da UE, nomeadamente na sua denominada "política de
cooperação para o desenvolvimento" e na sua "política europeia de
vizinhança".
Aliás, o relatório considera que os "novos" Estados-Membros representam
uma oportunidade para a UE "reforçar a sua presença estratégica na
Europa Oriental, na Ásia Central e no Cáucaso", regiões com quem os
"novos" Estados-Membros têm relações prioritárias e, para onde, até
aqui, as "ajudas" da UE tem sido menos canalizadas.
Tal significa tentar utilizar a relação privilegiada dos países do
Leste da Europa que integraram a UE em 2004 como instrumento de
ingerência da UE (tendo em conta os interesses das suas grandes
potências e dos seus grandes grupos económico-financeiros, nomeadamente
no campo da energia) nos países da Comunidade de Estados Independentes,
dos Balcãs Ocidentais e do Cáucaso.
Isto é, tentar utilizar as "experiência" de "transição"destes países -
para o capitalismo e para a integração na NATO e na UE - como figurino
a seguir nestas regiões. Afinal é disto que se trata: uma política que
mascara os interesses do capitalismo com o "desenvolvimento".