Em 15 de novembro de 2024 faleceu aos 91 anos, Celeste Caeiro, a mulher que, no dia 25 de Abril de 1974, ao distribuir cravos aos militares do MFA, num gesto com um extraordinário simbolismo que foi um prenúncio da aliança, determinante na Revolução, entre o povo português e o Movimento das Forças Armadas, fez com que a Revolução de Abril ficasse conhecida em todo o mundo como a “Revolução dos Cravos”.
Celeste Martins Caeiro, nasceu em Lisboa a 2 de maio de 1933, oriunda de uma família humilde, e viveu grande parte da sua vida em Lisboa. Enfrentou uma vida de dificuldades com perseverança. Mulher trabalhadora, de fortes convicções, e militante comunista até ao fim da sua vida, a sua generosidade e afabilidade ficará na memória de todos os que com ela conviveram.
No dia 25 de Abril de 1974, manhã cedo, Celeste Caeiro levantou-se para ir trabalhar num restaurante situado em Lisboa, na Rua Braancamp. A casa fazia um ano nesse dia e comprou flores para oferecer aos clientes. Como não abriu, devido às movimentações militares, os cravos foram distribuídos pelas trabalhadoras. Celeste não foi para casa, juntou-se aos populares no Chiado e tendo sido informada por um dos soldados de que estava em curso uma revolução, ofereceu-lhe um cravo que o militar colocou no cano da espingarda.
O resto da história é por demais conhecida. Celeste distribuiu todos os cravos pelos militares. Ficou conhecida como a “Celeste dos cravos” e o 25 de Abril como a “Revolução dos Cravos”. Ficará para sempre associada à história e memória do 25 de Abril e da liberdade no nosso País.
A Assembleia da República, reunida em plenário em 22 de novembro de 2024, manifesta o seu pesar pelo falecimento de Celeste Caeiro e expressa à sua filha, neta, e demais familiares e ao Partido Comunista Português, sentidas condolências.