1. O Ministro da Administração Interna, face ao problema de falta de efectivos obrigando ao encerramento de esquadras, quer no caso em presença da PSP, quer também de postos da GNR, vem anunciar como novidade uma experiência: postos móveis em zonas de maior afluência turística. Para que se não esqueça, tal como o PCP denunciou, essa “solução”, assente em postos móveis visa não só disfarçar a falta de efectivos como acabar com uma polícia de proximidade e criar super esquadras.
2. Os presidentes das Câmaras Municipais do Porto e de Lisboa, que vieram a público lamentar e reclamar medidas, convergem no essencial com as medidas anunciadas pelo Governo que não passam de remendos destinadas a tapar os problemas estruturais existentes para "turista não ver".
3. O PCP relembra o posicionamento público do Director Nacional da PSP quando considerou que não faz sentido a existência de tantas esquadras, aspecto que o próprio MAI referiu quando disse que é preciso polícias nas ruas e não em trabalho administrativo. Acontece que o trabalho administrativo não é um mero aspecto burocrático, como o MAI sabe ou deveria saber. É absurdo considerar que tal trabalho, pela sua natureza, possa ser passível de ser transferido para Juntas de Freguesia ou outros órgãos autárquicos. O Governo, preso nos constrangimentos resultantes da sua política, opta por medidas paliativas e dilatórias sem medir tudo o que envolve determinadas opções. Exemplo mais óbvio disso é todo o processo relacionado com o SEF.
4. Para o PCP, urge pôr fim a uma política de remendos e começar a responder com medidas de natureza estrutural, e abandonar a política do malabarismo e da ilusão e adoptar medidas que respondam de facto aos problemas da Segurança Interna no actual contexto e dos profissionais com a valorização e dignificação das carreiras, bem como no plano salarial, subsídio de risco e outros apoios sociais, garantindo as condições de atractividade e as condições para o exercício da profissão em condições de dignidade.