José Vitoriano faleceu no passado dia 3 de Fevereiro, aos 88 anos. Destacado resistente antifascista e militante comunista, a sua longa vida confunde-se com a luta dos trabalhadores e do seu Partido de sempre, o PCP, pela liberdade, pela democracia e pelo progresso do seu povo e do seu país.
José Vitoriano, operário corticeiro, aderiu em 1941, ainda jovem, ao Partido Comunista Português e ingressou nos seus quadros de funcionários em 1951. Foi Presidente do Sindicato dos Operários Corticeiros do Distrito de Faro, de 1945 a 1948.
José Vitoriano passou ao todo 17 anos nas cadeias fascistas.
Foi preso a primeira vez pela PIDE em 1948, tendo sido libertado em Maio de 1950, passando à clandestinidade pouco tempo depois. Preso novamente em Janeiro de 1953, foi condenado a 4 anos e medidas de segurança, vindo a ser libertado apenas em Agosto de 1966. Ingressou novamente na clandestinidade, em Janeiro de 1967, situação em que se encontrava em 25 de Abril de 1974.
Foi membro do Comité Central do PCP desde 1967 até 2000 e dos seus organismos executivos desde 1968 até 2000.
Foi deputado à Assembleia da República de 1977 a 1987 e seu Vice-presidente até 1984, sendo no exercício dessas funções, que exercia com grande rigor e competência mesmo não tendo formação jurídica, profundamente respeitado por todas as bancadas parlamentares.
José Vitoriano pautou toda a sua vida e acção política pela vontade desinteressada de servir o seu povo e o seu país, mantendo, tendo exercido as mais altas funções políticas e institucionais, uma profunda humildade de carácter e uma enorme dimensão humanista. José Vitoriano dizia que não tinha inimigos pessoais, não sabendo se isso era uma qualidade ou um defeito. Era afinal e sem dúvida uma das grandes virtudes do lutador determinado e do generoso ser humano que foi José Vitoriano.
A Assembleia da República, reunida em Plenário em 8 de Fevereiro de 2006, expressa à esposa, filho e demais familiares e amigos de José Vitoriano, as suas sentidas condolências.