Novo aumento nos juros favorece capital financeiro e arrasa a vida de quem tem empréstimos à habitação

A decisão do BCE, anunciada hoje, de subir novamente, em mais 50 pontos base, a taxa de juro de referência para os 3,5%, é uma decisão que favorece o capital financeiro e agrava a vida das populações, das MPME e do próprio País. 

Este é o sexto aumento sucessivo das taxas de juro determinado pelo BCE e que vem colocar as taxas de juro de referência no valor mais elevado dos últimos 14 anos.

Esta política do BCE, com a conivência do Governo Português e do Banco de Portugal, para lá de expor o que a perda de soberania monetária significa para o País, está a infernizar a vida de mais de 1,1 milhões de famílias em Portugal. Sem prejuízo do combate a esta política do BCE – que em nome de uma falsa independência do poder político confirma  a absoluta dependência dos interesses do capital –, estes aumentos não podem continuar a ser reflectidos na vida de quem tem empréstimos à habitação, ao mesmo tempo que os bancos anunciam lucros recorde, como aliás se verificou no último ano com os 5 principais bancos nacionais a atingirem mais de 2,5 mil milhões de euros de lucros (subida de 81% face ao ano anterior). 

Perante esta escalada no valor dos empréstimos à habitação que, segundo o BCE, pode não ficar por aqui, as medidas anunciadas pelo Governo PS não só não contrariam os seus efeitos como continuam a alimentar os interesses da banca. Para o PCP, mais do que nunca, é necessário assegurar que os aumentos da taxa de juro de referência sejam suportados pelos brutais lucros dos bancos, em vez de o serem pelos trabalhadores e o povo português, como está a acontecer.

O PCP reafirma que o combate à inflação deve ser feito pela subida dos salários e pensões, pelo controlo e fixação de preços, pela substituição de importações por produção nacional, pelo fim da política de instigação da guerra e das sanções.

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