Hoje comemoram-se os 77 anos da Vitória sobre o nazi-fascismo. A 9 de Maio de 1945, a Alemanha nazi declarava a sua derrota em Berlim, perante o Exército Vermelho e os representantes dos Aliados. A Segunda Guerra Mundial terminaria meses depois, com a derrota do militarismo japonês no início de Setembro.
A Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945, foi resultado do agravamento das contradições entre as potências imperialistas e, simultaneamente, do seu propósito de destruição da URSS, expresso, nomeadamente, no apoio e conivência do Reino Unido, França e Estados Unidos da América com o rearmamento e ambição expansionista da Alemanha nazi.
A Segunda Guerra Mundial é indissociável da profunda crise em que em 1929 mergulhou o capitalismo e, nesse contexto, do ascenso do fascismo, que os grandes grupos económicos e financeiros viam como um instrumento para levar mais longe a sua política de exploração, opressão e domínio.
O nazi-fascismo foi a mais violenta e criminosa forma de dominação gerada pelo capitalismo, com o seu anti-comunismo, a sua xenofobia, o seu ataque às liberdades e aos direitos democráticos, a sua apologia da violência, do militarismo e da guerra.
O nazi-fascismo foi responsável pelo horror dos campos de concentração, o massacre sistemático de populações, o trabalho escravo, por incomensuráveis e cruéis sofrimentos e privações, pela mais devastadora guerra imposta à Humanidade.
Para que tal barbárie jamais aconteça, é fundamental não deixar que se escondam e façam esquecer a origem e carácter de classe do nazi-fascismo, assim como os seus hediondos crimes.
Mas comemorar o 9 de Maio, dia da Vitória, é principalmente, prestar homenagem aos milhões de homens, mulheres e jovens, que heroicamente resistiram e lutaram, entregando as suas vidas se necessário fosse, para libertar os seus países da barbárie nazi-fascista.
Sem subestimar o papel da coligação dos países aliados que veio a formar-se no decurso da guerra, é justo sublinhar o contributo decisivo da URSS, do povo soviético e do seu Exército Vermelho, que – à custa de mais de 20 milhões de mortos e de enormes sacrifícios – determinou o curso da guerra e permitiu libertar a Humanidade do nazi-fascismo.
Como é indispensável sublinhar o contributo da resistência anti-fascista – onde os comunistas, com o movimento operário, assumiram um papel fundamental – na qual milhares deram as suas vidas em prol da causa da liberdade.
As tentativas dos que hoje visam diminuir, deturpar e negar o papel da União Soviética e dos comunistas na Vitória sobre o nazi-fascismo, que sobre novas roupagens procuram reabilitar o fascismo e que sob o anti-comunismo escondem as concepções e os projectos mais reaccionários e anti-democráticos, só devem merecer a firme denúncia e rejeição por parte dos democratas.
A Vitória sobre o nazi-fascismo constitui um feito de uma extraordinária dimensão e alcance histórico. Com o avanço das forças da paz e do progresso social, do socialismo, do movimento operário nos países capitalistas, do movimento de libertação nacional, o processo de emancipação dos trabalhadores e dos povos alcançou, por todo o mundo, conquistas históricas, que marcaram profundamente o século XX e que, apesar do enorme recuo verificado há 30 anos, continuam a repercutir-se na actualidade.
A comemoração da Vitória sobre o nazi-fascismo assume, no actual momento internacional, um particular significado e uma acrescida importância, nomeadamente face à grave escalada de confrontação política, económica e militar para a qual o imperialismo quer arrastar toda a Humanidade.
Perante o dramático agravamento da guerra na Ucrânia, na sequência de um caminho de ingerência, violência e confrontação, do golpe de Estado promovido em 2014 pelos EUA, que instaurou um poder xenófobo e belicista, e da recente intervenção militar da Rússia, os EUA, com os seus aliados da NATO e da UE, ao invés de se empenharem, como se impõe a todas as partes envolvidas no conflito, numa urgente solução negociada e política, promovem uma perigosa escalada de guerra que comporta sérios riscos para os povos da Europa e de todo o mundo.
O PCP reafirma a urgência de iniciativas que contribuam para um processo de diálogo com vista à solução política do conflito na Ucrânia, à resposta aos problemas de segurança colectiva na Europa, ao cumprimento dos princípios da Carta das Nações Unidas e da Acta Final da Conferência de Helsínquia. A luta pelo desarmamento, e em primeiro lugar pelo desarmamento nuclear, pela dissolução dos blocos militares, pela cooperação e amizade entre todos os povos do mundo é um imperativo do momento actual.
Comemorar os 77 anos da Vitória sobre o nazi-fascismo é agir para que jamais uma nova guerra de tão trágicas proporções aconteça. É dar mais força à luta pela paz.