Senhor Presidente, Senhor Comissário,
O que a Comissão Europeia propõe é o acentuar de um caminho errado de concentração e intensificação da produção.
O caminho devia ser outro. Devia ser o do apoio à pequena e média produção, à agricultura familiar, promovendo um modelo de produção de qualidade — e sustentável —, que assegure a coesão social e territorial.
O caminho devia ser o da defesa da soberania e segurança alimentar no quadro de cada país, aplicando um princípio de preferência nacional, criando e utilizando um sistema de obrigatoriedade de quotas de comercialização de produção nacional, para combater dependências externas e défices produtivos.
Devia ser o do encurtamento das cadeias de produção, distribuição e consumo, e de uma política agrícola que intervenha nos mercados agrícolas, garantindo o escoamento das produções e preços justos aos produtores, enfrentando os interesses da grande distribuição comercial que esmagam esses rendimentos.
O caminho devia ser o de uma política agrícola comum que vincule os apoios à produção, pondo fim ao vergonhoso princípio de pagamentos sem obrigação de produzir. Esse caminho é recusado pela União Europeia, mas vamos continuar a bater-nos por ele, que é ele que serve os agricultores e o desenvolvimento.