Senhor Presidente,
Senhores deputados,
Senhora Ministra da Cultura,
A exclusão de candidaturas no concurso público para o apoio às artes revelou-se um desastre por todo o país, deixando na mão dezenas de estruturas reconhecidas pelas populações, agravando a assimetria no acesso à cultura.
Também no distrito de Lisboa se registam assimetrias no acesso à Cultura.
Aqui temos duas realidades, ambas gravosas: a da cidade de Lisboa, com dezenas de estruturas excluídas, de diversas áreas de expressão artística, com anos de trabalho reconhecido por todos;
E a dos outros concelhos do distrito, onde a presença destas estruturas assegura muitas vezes a única resposta cultural nas respectivas formas de expressão artística para populações de centenas de milhar de pessoas, dando vida às cidades, que não podem ser vistas como meros dormitórios.
É por isso gravíssimo que tenham sido excluídas estruturas como o Teatro dos Aloés, na Amadora; o Teatro Esfera, em Queluz; ou o Grupo de Teatro Cegada, do Teatro Estúdio Ildefonso Valério, em Vila Franca de Xira, que já anunciou o seu encerramento.
Estas companhias de teatro foram excluídas do concurso, apesar de terem ficado com classificações superiores a 79%, mas não passaram o limite economicista delineado pelo Governo.
Qualquer uma destas companhias desenvolve, há mais de 20 anos, um trabalho muito meritório do ponto de vista cultural mas também social, junto das populações, das escolas, e sem estes apoios poderão ter de encerrar, afastando ainda mais as populações do acesso à Cultura.
Senhora ministra,
pergunto-lhe se já falou com estas companhias? (se não falou, pode aproveitar, que algumas estão aqui nas galerias…)
Que resposta lhes vai dar?
Vai ficar de braços cruzados a vê-las desaparecer, contribuindo para o esvaziamento cultural destas cidades, com graves consequências no futuro?
Que medidas urgentes vai tomar, para evitar o fecho destas companhias?