Este relatório contém linhas de orientação que procuram não só reforçar as condições de aplicação da "flexigurança", como também dão sinal positivo e encorajam a distribuição de trabalhadores pela Europa, sempre na defesa de uma posição que interessa mais ao capitalismo que aos trabalhadores, colocados em competição entre si. Assim, o que temos, em geral, é dumping social e outras consequências nefastas destas migrações indesejadas.
Apesar de algumas medidas positivas, que, de um modo geral, não passam de auxílios paliativos, o relatório nunca considera o problema do desemprego e das migrações como decorrentes do sistema neoliberal e das políticas seguidas nem a questão das negociações colectivas e salários nos países de acolhimento; pelo contrário, caracteriza a mobilidade dos trabalhadores como a solução mais eficaz para resolver o problema do desemprego.
Influenciado pela estratégia Europa 2020 e seus instrumentos, que visam justificar e viabilizar velhas políticas, com as consequências conhecidas: flexibilização e desregulamentação laborais, a primazia ao aprofundamento do mercado interno, com as liberalizações e privatizações de ainda mais sectores económicos. Utilizam-se os cerca de 25 milhões desempregados para impor aos restantes trabalhadores uma acrescida desvalorização da força de trabalho, generalizando a precariedade, emprego intermitente e o desemprego estrutural – caminho errado que este relatório procura aprofundar.