O que se impunha era o aumento de todos os salários, incluindo o aumento intercalar do salário mínimo nacional para 800 euros; a valorização do poder de compra dos reformados; o controlo e fixação de preços de bens essenciais; a taxação dos lucros dos grupos económicos para investir no reforço dos serviços públicos, em particular, na saúde, na educação e na habitação.
As medidas anunciadas pelo Governo são parciais e curtas. Não dão uma resposta estrutural face ao agravamento das condições de vida e às exigências que a actual situação comporta e revelam mais uma vez a falta de vontade política do Governo em enfrentar os interesses dos grupos económicos, enquanto as desigualdades, as injustiças e o empobrecimento dos trabalhadores e dos reformados se agudizam.
Relativamente aos salários, o que o Governo anuncia é uma prestação que se esgota em Outubro e que não chega sequer a metade do valor da inflação já verificado.
Relativamente às pensões o Governo pretende antecipar uma parte dos aumentos que a lei impõe em 2023 mas com prejuízo para os pensionistas quanto ao aumento a concretizar em Janeiro.
O avanço da prestação adiantada em Outubro não pode prejudicar os pensionistas. Uma prestação num único mês não resolve o problema e isso não pode substituir os aumentos em Janeiro nos termos que a lei impõe. Isso não pode substituir o aumento das pensões, nem pode colocar em causa o aumento previsto para o próximo ano.