1. O Instituto Nacional de Estatística (INE) acabou de divulgar a sua estimativa rápida para a inflação no presente mês de Agosto. De acordo com o INE a inflação homóloga (variação em relação ao mesmo mês do ano anterior) atingiu neste mês os 9,0%. Os dados do INE demonstram igualmente que a inflação acumulada desde o início do ano é já de 6,9%. A inflação registada está a reflectir uma acelerada perda de poder de compra, uma rápida desvalorização dos salários e das pensões e o empobrecimento de vastas camadas da população com destaque para os trabalhadores e os reformados.
2. Os dados do INE dão expressão estatística ao aumento dos preços. Mas na vida diária de milhões de portugueses este valor tem expressões diferenciadas.
A inflação alta é um factor negativo que pesa sobre toda a vida nacional, e em particular junto daqueles que têm salários mais baixos. Para este aumento foram uma vez mais os produtos energéticos que cresceram em termos homólogos 24% e os produtos alimentares não transformados que cresceram 15,4%, precisamente bens de primeira necessidade.
A sucessão de anúncios e apelos ao aumento dos preços a que assistimos nos últimos dias confirmam essa relação. São exemplos os mais de 30€ de aumento para o gás canalizado já anunciado a partir de Outubro, o apelo do Governo para o aumento do preço da água, a pretexto da seca, atingindo desde logo as famílias com mais de três elementos, o agravamento em 17% do preço do material escolar, a escalada do preço da carne, do peixe e de outros alimentos essenciais.
3. Não é só a inflação que está a crescer vertiginosamente. São também os lucros dos grupos económicos ligados à energia, à grande distribuição, à banca, às telecomunicações e outros, que estão atingir níveis impressionantes construídos na base da especulação e do agravamento da exploração.
O Governo PS, tal como o PSD, o Chega, a IL e o CDS, ao recusarem o aumento dos salários e das pensões e a regulação dos preços, ao promoverem a política de sanções e de aumento das taxas de juro, estão a servir os interesses dos grupos económicos e a agir contra os interesses dos trabalhadores, do povo e do País.
O PCP reafirma que o que se impõe não são medidas paliativas e assistencialistas mas sim aumentar salários e pensões para recuperar poder de compra. É regular preços e taxar os lucros dos grupos económicos para impedir a especulação. É dinamizar a produção nacional para tornar o País menos dependente e mais desenvolvido.