Camaradas,
No ano em que comemoramos os 100 anos da fundação do PCP, aqui estamos orgulhosos da história do nosso Partido, do Partido da classe operária e de todos os trabalhadores. Homenageamos também os mártires e heróis da luta contra o fascismo, pela democracia e pela liberdade, e todos quantos deram, e dão, o melhor das suas vidas pelos trabalhadores e o nosso povo, contra as injustiças e as desigualdades, por melhores condições de vida e de trabalho, pelos valores de Abril no futuro de Portugal.
Camaradas,
A luta dos trabalhadores sempre foi, e continuará a ser, determinante para concretizar avanços.
Foi decisiva para derrotar a ditadura fascista e tornar possível o 25 de Abril, para firmar direitos sociais, laborais e políticos, para rechaçar os ataques das forças que não se resignaram com as conquistas de Abril, para defender direitos inscritos na CRP das ofensivas dos governos da política de direita – PS, PSD e CDS.
Com a luta derrotámos e afastámos do poder o governo PSD/CDS, impedindo que desmantelasse serviços públicos essenciais, nomeadamente, a Segurança Social, o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública e o Poder Local Democrático.
Foi a força da luta organizada dos trabalhadores, sob a direcção das suas organizações de classe, os seus sindicatos e a CGTP-IN, que chamou à luta outras camadas sociais, em acções de massas convergentes, que se defenderam direitos consagrados na Constituição de Abril.
Apesar do que de positivo temos registado, é preciso ir mais longe na luta organizada e consequente dos trabalhadores.
A luta também será decisiva para derrotar projectos anti-democráticos e fascizantes.
Por isso, os tempos que vivemos são de grande exigência. O capital e o grande patronato, não se conformam com a prestação do trabalho com direitos. Continuam a desvalorizar o trabalho e os trabalhadores. Aumenta a exploração e a precariedade laboral. Os salários são baixos. Os horários são longos e, sempre que podem, desregulados. Atacam a generalidade dos direitos - férias, negociação e contratação colectiva, reunião e participação na actividade sindical, entre outros – agora sob o pretexto da pandemia.
A situação exige muito mais de todos nós, sobretudo dos comunistas mas também de todos os que estão connosco no MSU, sejam dirigentes, delegados ou activistas sindicais. Se o momento que estamos a viver coincide com o recrudescer dos ataques patronais ao emprego e aos direitos dos trabalhadores, então temos de estar mais próximos, para ajudar, para denunciar, esclarecer, mobilizar e lutar!
Camaradas,
Os comunistas que intervêm no MSU têm, hoje e sempre, a obrigação de influenciar para que se garanta, em todos os níveis da estrutura, a natureza de classe e os princípios que enformam a Central Sindical, designadamente, a democracia, a unidade, a independência, a solidariedade e o sindicalismo de massas, e ter sempre presente o conteúdo destas orientações.
Temos de ser muito mais escrupulosos no cumprimento daquelas determinações estatutárias, promovendo, ainda mais, a solidariedade com os trabalhadores que sofrem, sindicalizando-os, unindo-os, esclarecendo-os, dando respostas aos seus problemas, mobilizando-os para a luta por melhores condições de vida e de trabalho, pela defesa do emprego, contra a precariedade, pelo aumento do salário, pela redução do horário de trabalho contra a sua desregulação, pelo exercício de todos os direitos , sindicais, laborais, sociais e políticos.
A luta é decisiva para se ganhar consciência social, pela percepção das desigualdades, injustiças e arbitrariedades, passo importante na consciencialização política e para o reforço do Partido na luta contra o capitalismo e pelo socialismo. É a luta organizada e consequente dos trabalhadores que leva à luta mais geral, a luta de massas, o grande motor da transformação social.
No actual contexto, exige-se dos sindicatos, dos dirigentes e delegados sindicais, sobretudo dos comunistas que têm tarefas sindicais, o reforço das medidas de protecção sanitária, para uma mais frequente e regular presença nos locais de trabalho, maior proximidade aos trabalhadores, denunciando e combatendo as arbitrariedades e os ataques aos seus direitos, dando respostas concretas e imediatas aos seus problemas, promovendo a resistência e a luta em todos os locais de trabalho, mobilizando para acções mais gerais , convergentes, de imediato para a Jornada de Luta Nacional de 25 de Fevereiro, mas também para o 1º de Maio, essa acção de luta centenária dos trabalhadores de todo o mundo.
A luta no dia-a-dia pela resolução dos problemas dos trabalhadores, pelos seus direitos e suas justas reivindicações, é condição necessária para o alargamento da luta social convergente e a luta de massas, e é inseparável da luta mais geral pela ruptura com a política de direita e por uma real alternativa política, patriótica e de esquerda, objectivos centrais da luta dos trabalhadores e do povo
A melhor forma de honrar a memória dos que nos antecederam é continuarmos a sua luta.
Viva a luta dos trabalhadores!
Viva o Centenário do PCP!
Viva o Partido Comunista Português!