As imagens de Melilha são para lá de trágicas, são absolutamente inaceitáveis!
As instituições da União Europeia, tão lestas noutras situações, tardam em ouvir-se.
E porquê? Porque o massacre que ali tomou lugar é indissociável das políticas da União Europeia, que insistem numa visão desumana, selectiva, xenófoba, exploradora e criminalizadora dos migrantes. É indissociável da “UE fortaleza” e dos acordos que celebra com países terceiros para retenção, repulsão e expulsão de migrantes e refugiados, violando direitos humanos, desrespeitando o direito internacional. É indissociável da militarização das políticas de migrações.
Importa salientar que a estas trágicas dezenas de mortos, se somam mais de 800 mortes no Mediterrâneo só este ano!
Exige-se uma resposta rápida e solidária aos milhares de seres humanos que arriscam tudo pelo direito a uma vida digna e em paz.
Mas para lá disso, exige-se combater as causas, nas quais a UE tem responsabilidades, abandonar as políticas de desestabilização e agressão, no respeito pela soberania e independência dos Estados, dos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.