Destacado dirigente do Partido Comunista Português, Aurélio Santos faleceu com 86 anos.
Aurélio Santos nasceu em Vilar de Torpim, no concelho Figueira de Castelo Rodrigo, distrito da Guarda, em 1930. Desde muito jovem participou na luta antifascista. Como estudante da Faculdade de Medicina de Lisboa, cujo curso frequentou até ao 4º ano, participou activamente no movimento estudantil e integrou a direcção da revista "Medicina" (1952/1953). Foi activista e dirigente do Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUDJuvenil) de 1951 a 1957. Dirigiu a delegação (clandestina) portuguesa ao IV Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes e ao III Congresso Mundial da Juventude, que tiveram lugar em 1953 em Bucareste. Ainda em 1953 foi preso, julgado em Tribunal Plenário e condenado a dois anos de prisão, tendo estado nas prisões fascistas do Porto, do Aljube e de Caxias.
Aderiu ao Partido Comunista Português em 1955 e passou à clandestinidade em 1957. Entre 1963 e 1974 foi o responsável e o Director da Rádio Portugal Livre, a rádio clandestina do PCP de informação e incentivo à luta antifascista dos trabalhadores e do povo português.
Após o 25 de Abril, foi Chefe de Gabinete de Álvaro Cunhal no Primeiro Governo Provisório. Fez parte da Comissão de Programas da Rádio Televisão Portuguesa de Outubro de 1974 a Janeiro de 1975 e foi membro do Conselho de Imprensa eleito pela Assembleia da República de 1977 a 1979.
Ao longo da sua actividade como dirigente do Partido assumiu várias outras responsabilidades em diversas áreas da intervenção do PCP. Foi responsável da Secção Internacional entre 1974 e 1975, tendo dado uma valiosa contribuição para divulgar a Revolução Portuguesa no estrangeiro e para o desenvolvimento das relações de amizade do PCP com partidos comunistas e outras forças revolucionárias e progressistas de todo o mundo. Foi responsável da Secção de Informação e Propaganda entre 1976 e 1983 e entre 1988 e 1990 e do Gabinete de Imprensa entre 1990 e 1991. Integrou a Direcção da Organização Regional de Lisboa entre 1984 e 1988 e foi responsável pela Organização do Sector de Artes e Letras. Integrou a Comissão junto do Comité Central para a cultura literária e artística e a Direcção da Festa do «Avante!».
Foi mandatário nacional da candidatura de Jerónimo de Sousa à Presidência da República em 1996.
Aurélio Santos foi membro do Comité Central do PCP de 1965 a 2004. Integrou a Comissão Executiva Nacional (1990-1992) e a Comissão Central de Controlo de 1996-2008.
Membro do Conselho Nacional da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), Aurélio Santos foi Coordenador do Conselho Directivo da URAP entre 2006 e 2013.
Intelectual comunista, dirigente do Partido Comunista Português, dedicou toda a sua vida à luta pela liberdade e a democracia, à causa da emancipação da classe operária e dos trabalhadores, na resistência antifascista, na Revolução de Abril e na defesa das suas conquistas, à luta por uma sociedade nova liberta da exploração e da opressão, o socialismo e o comunismo.
À sua família, em particular às suas filhas, o Secretariado do Comité Central endereça as mais sentidas condolências.
O corpo estará em câmara ardente amanhã, 2ª feira, 2 de Outubro, a partir das 9 horas, na casa mortuária da igreja de S. Francisco de Assis, Av. Afonso III (Alto de S. João), de onde partirá o funeral às 16h45, para o cemitério do Alto de S. João, onde o corpo será cremado pelas 17h30.