O PCP demonstrou no Parlamento Europeu «a profunda indignação e os protestos que se ouvem em Portugal contra as políticas que conduziram à crise que vivemos, sobretudo contra o autêntico pacto de submissão e agressão imposto ao povo português pela chamada troika (FMI, BCE e Comissão Europeia).
Quero transmitir aqui a profunda indignação e os protestos que se ouvem em Portugal contra as políticas que conduziram à crise que vivemos, sobretudo contra o autêntico pacto de submissão e agressão imposto ao povo português pela chamada troika (FMI, BCE e Comissão Europeia), encarregada de aplicar este acto vergonhoso de ingerência externa, que não respeita sequer os direitos e competências exclusivas do Parlamento nacional, nem tão pouco tem em conta que estamos em vésperas de eleições legislativas.
São políticas anti-sociais, de retrocesso e abdicação do desenvolvimento, que condenam os trabalhadores e o povo português ao desemprego, à pobreza, ao subdesenvolvimento, à dependência extrema, transformando Portugal num mero protectorado ou simples colónia das potências da União Europeia. E tudo isto quando já se sabe que tais medidas nada resolvem como o demonstra o exemplo da Grécia.
Mesmo escamoteando as reais responsabilidades das políticas comunitárias na actual situação portuguesa, designadamente, como sempre denunciámos, os irracionais critérios do Pacto de Estabilidade, a política do euro forte, as orientações e estatutos do BCE, que não respeitam as especificidades das economias mais frágeis, nada justifica aplicar a Portugal um pacote político que castiga a população portuguesa em troca de um empréstimo pago a juros mais elevados do que aqueles que o BCE pratica habitualmente.
Contra todas as proclamações de solidariedade em tempo de propaganda eleitoral, o que temos agora é uma política de retrocesso social e de prolongada recessão económica, dirigida sobretudo contra trabalhadores, reformados, mulheres e jovens, agricultores, pescadores, micro e pequenos empresários.
Com tudo isto, o que pretendem é apenas favorecer a banca internacional, um punhado de grupos económicos e financeiros portugueses e alguns dos seus serventuários. Mas esquecem que é a própria zona euro que está em causa e que a União Europeia pode ter pela frente a sua implosão. É urgente mudar de políticas e de objectivos. Por isso, daqui saudamos todas as lutas dos trabalhadores que decorrem na Grécia, em Portugal e noutros países da União Europeia. É uma luta que também vamos prosseguir.