Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sras. e Srs. Membros do Governo, Sras. e Srs. Deputados,
Para onde nos querem empurrar com mais confrontação e guerra, com o alimentar do conflito com armas com cada vez maior capacidade de destruição?
Sabendo que o prolongamento da guerra causará ainda mais perda de vidas humanas, mais sofrimento, maior destruição.
Para onde nos querem empurrar com a imposição da lógica dos blocos político militares e a militarização das relações internacionais?
Sabendo que esse caminho é contrário à paz, à segurança, à cooperação entre os povos do mundo.
Para onde nos querem empurrar com cada vez mais milhares de milhões para os armamentos?
Sabendo que, de forma chocante e inaceitável, milhões de seres humanos se debatem com a pobreza, a fome, a subnutrição, a falta de acesso a cuidados de saúde e à protecção social, a negação de direitos, a ausência de resposta às suas necessidades básicas.
Para onde nos querem empurrar com o fomento da corrida armamentista, incluindo de armamento nuclear?
Sabendo que a guerra não resolve nenhum dos problemas da Humanidade e que as armas nucleares são uma séria ameaça à sua sobrevivência.
Para onde nos querem empurrar com mais e mais sanções?
Sabendo que os seus aproveitamentos e brutais custos estão a ser suportados pelos trabalhadores e os povos, incluindo pelos trabalhadores e povo português, e que estão a levar ao agravamento das desigualdades e da pobreza.
Para onde nos querem empurrar com o branqueamento, a promoção e o apoio a poderes de cariz xenófobo, belicista e antidemocrático, rodeados e sustentados por forças de cariz fascista e nazi?
Sabendo o que estes representam de violento ataque às liberdades, aos direitos e à democracia.
Para onde nos querem empurrar com a apologia da guerra, a deturpação da verdade, a instigação do ódio?
Sabendo que é assim que se abre caminho às concepções mais reaccionárias, retrógradas e obscurantistas.
Não contem com o PCP para isso.
Defendemos a solução pacífica dos conflitos internacionais – não a escalada de confrontação e guerra.
Defendemos a liberdade e a democracia – não a promoção de golpes de Estado por grupos xenófobos e fascistas.
Defendemos a dissolução dos blocos político-militares – não o seu alargamento e intervenção por todo o mundo.
Defendemos o desarmamento geral, simultâneo e controlado – não a corrida aos armamentos.
Defendemos a cooperação com todos os outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade – não a xenofobia, o nacionalismo e o fascismo.
A paz passa pelo fim do curso de militarização das relações internacionais, pelo fim do alargamento e reforço dos blocos político-militares, pelo fim da corrida aos armamentos.
A paz passa pelo estabelecimento de acordos de controlo, limitação e redução de armamentos, alguns dos quais abandonados, um após outro, durante as últimas décadas.
A paz passa pelo diálogo, pela cooperação com vista à implementação de medidas de confiança e segurança mútua, pelo desanuviamento das relações internacionais.
A paz passa pelo fim das sanções e dos bloqueios, pelo respeito dos direitos e soberania dos povos, dos princípios da Carta das Nações Unidas.
O respeito dos direitos, a solidariedade, a amizade entre os povos, devem prevalecer face a divisões e confrontos artificialmente criados, expressão de criminosos e obscuros interesses, contrários aos interesses dos povos.
Quem defende a paz não promove nem prolonga a guerra!
O PCP está onde sempre esteve, do lado da paz – não da guerra.
Disse!