Em declarações ao «Avante!» o Secretário- Geral do PCP, Álvaro Cunhal, afirmou:
«O PCP tem defendido nos órgãos institucionais o desenvolvimento de esforços com vista a uma solução política e pacífica para a crise do Golfo, afastando qualquer tipo de participação de Portugal numa possível guerra no Próximo Oriente. Ainda recentemente estas posições foram apresentadas por Álvaro Cunhal em Conselho de Estado e numa reunião dos líderes dos partidos políticos com assento parlamentar e membros do Governo, realizada na passada semana na residência oficial de S. Bento, no final da qual o secretário-geral do PCP fez uma breve comunicação à imprensa.
«A reunião com o Primeiro-Ministro, ministro da Defesa e ministro dos Negócios Estrangeiros confirmou que, como consequência da crise do Golfo, vivemos um momento particularmente grave da vida internacional e da vida do nosso país.
Tive ocasião de expressar ao Governo a posição do PCP. Posso resumi-la em quatro pontos referentes aos últimos desenvolvimentos:
1.º O PCP considera necessário continuar (sem desde já admitir que 15 de Janeiro é o extremo limite) os esforços para uma solução política e pacífica do conflito.
2.º A política do Governo tem arrastado Portugal para uma participação (embora com meios limitados) numa escalada movida designadamente pelos Estados Unidos que visa o isolamento da questão Koweit e o desencadeamento da guerra contra o Iraque.
3.º Portugal pode ser arrastado para uma guerra devastadora pela perda de vidas humanas e de bens materiais e de consequências incalculáveis sem que nenhum interesse nacional o possa justificar. O PCP alerta o povo português para esse perigo.»