Extracto da declaração de Carlos Carvalhas sobre a reunião do Comité Central do PCP

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O Comité Central tem também debatido as questões da paz e da guerra e as posições arrogantes e imperiais da Administração Bush na sua cruzada contra o Iraque para deitar mão ao seu petróleo e consolidar uma “Ordem Internacional” totalmente submetida à vontade arbitrária e aos nefastos propósitos dos EUA.

O Comité Central teve também conhecimento das declarações do Primeiro-Ministro feitas não na Assembleia da República, não no país, mas no Luxemburgo, afirmando o seu alinhamento com os EUA numa acção contra o Iraque mesmo sem o apoio da ONU.

É uma afirmação de um inqualificável seguidismo e vassalagem, que se segue ao inqualificável papel que o Primeiro-Ministro terá andado a desempenhar nos últimos dias como uma espécie de Embaixador dos EUA junto de um país membro do Conselho de Segurança.

O Governo português em nome de Portugal toma uma posição contrária ao Direito Internacional, à Constituição da República Portuguesa, à Carta da ONU e também contrária às posições do Presidente da República.

É um posição vergonhosa que compromete o país, o expõe a actos de retaliação e que toma o partido da guerra e do massacre do povo iraquiano.

E tudo isto do mesmo governo que nunca levantou a sua voz a favor do cumprimento das relações da ONU sobre Israel e a causa palestiniana.

O Primeiro-Ministro devia na Assembleia da República dar explicações sobre esta sua posição que até aqui só tinha deixado subentendida e dizer ao povo português, se para além das Lajes, também outras Bases estão já afectadas aos planos de guerra de Bush e do petróleo, como é o caso da Base de Beja onde têm estado estacionados aviões espiões (WAC) dos EUA.

O Governo português devia também esclarecer a opinião pública, se neste contexto internacional, vão ser enviados militares para a Turquia a pretexto de um exercício militar neste país.

Pela nossa parte continuamos a lutar contra esta guerra e demos o nosso acordo às propostas já aprovadas com as organizações sociais e as forças políticas que organizaram a manifestação do dia 15 para se realizar uma concentração junto à Embaixada dos EUA no dia em que os EUA desencadearem a guerra e uma grande manifestação no sábado seguinte.

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