Sr. Presidente, Sr. Deputados,
Temos hoje mais uma oportunidade para decidir que caminho queremos para o país:
O caminho da valorização do trabalho e da defesa do emprego com direitos ou o caminho do agravamento da exploração e da degradação das condições de vida e de trabalho.
O Acordo assinado pelo Governo PS com as Confederações patronais e a UGT mantém intocáveis as normas gravosas da legislação laboral e introduz novos elementos negativos.
O Governo insiste em manter a caducidade da contratação colectiva e recusa a reintrodução do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador.
Opta pelo caminho da aceitação e legalização da precariedade e não da erradicação da Precariedade.
Opta por insistir no aumento e na desregulação do horário de trabalho.
Mantém intocáveis normas profundamente gravosas introduzidas em 2012 pelo PSD e CDS.
Ao longo desta legislatura, o PCP tem trazido aqui propostas centrais para a vida dos trabalhadores e do país:
- o fim da caducidade da contratação colectiva e do poder total e unilateral para o patronato destruir direitos que só existem em sede de contratação colectiva;
- a reposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador garantindo que aquilo que o Código do Trabalho é o mínimo e não o máximo em matéria de direitos;
- o fim dos mecanismos de aumento e desregulação dos horários de trabalho, como os bancos de horas e as adaptabilidades;
- a reposição do descanso compensatório e dos valores do pagamento do trabalho extraordinário;
- 35 horas para todos os trabalhadores do público e do privado.
Todas essas propostas, de elementar justiça, foram rejeitadas por PS, PSD e CDS.
Hoje, aqui estamos novamente a provar e a propor de que lado estamos.
Ontem como hoje, sabemos de onde vimos e para onde queremos ir: sempre com os trabalhadores, os seus direitos e o progresso do país.
Propomos por isso:
- a reposição dos 25 dias de férias para todos os trabalhadores, do público e do privado;
- O fim do despedimento por inadaptação, a alteração dos critérios do despedimento, alteração das regras e montantes das indemnizações por despedimento;
- O fim do contrato a termo para os jovens e desempregados de longa duração;
- O fim do recurso ao trabalho temporário e ao out-sourcing para necessidades permanentes das empresas e serviços;
- A garantia de que a um posto de trabalho permanente corresponde sempre um contrato efectivo.
A luta lá fora, os milhares de trabalhadores que responderam ao apelo da CGTP-IN.
O debate e as propostas que aqui trazemos provam de que lado estamos e que país queremos construir.
Um país de progresso e justiça social, com emprego com direitos para todos.
Disse.