Intervenção de Armindo Miranda, Membro da Comissão Política do Comité Central, Conferência Nacional do PCP «Tomar a iniciativa. Reforçar o Partido. Responder às novas exigências»

Tomar a iniciativa nas Organizações locais

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Camaradas, só um grande e forte Partido seria capaz de resistir e resistir já é vencer, à enorme ofensiva anticomunista de que diariamente somos alvo e mesmo assim, continuar de cabeça erguida, com grande combatividade e determinação a cumprir com as nossas responsabilidades perante o povo português.

Dinamizar a luta por melhores condições de vida e contra a exploração e opressão capitalista.

E tudo isto e é muito, sem usarmos toda a força organizada que temos. Nas organizações de base do Partido, células de empresa, concelhias, organizações de freguesia e outros organismos que fazem parte da estrutura do Partido, temos vindo a concluir que podemos fazer mais!

O projecto de resolução da conferência indica isso mesmo “a organização do Partido é o instrumento fundamental de ligação aos trabalhadores e às populações. É dessa ligação às massas, do conhecimento da realidade e dos problemas, da capacidade de sobre eles intervir que depende a influência política, social e ideológica e eleitoral do Partido”

Portanto camaradas, a partir de Segunda-feira, com muita confiança, entusiasmo e determinação vamos tomar a iniciativa. Conhecer a realidade sobre a qual queremos intervir. Cada organização verá como fazer.

Convocar os militantes do Partido para uma reunião dando a conhecer que se vai fazer, o levantamento dos principais problemas e aspirações dos trabalhadores ou das populações, será certamente uma boa solução.

Apurados os assuntos a tratar, definir prioridades, dar-lhe forma reivindicativa e de acordo com cada realidade dinamizar a luta pela sua concretização.

Através das organizações e movimentos de massas ou assumida pelas organizações do Partido, as formas de luta a adoptar devem resultar da discussão colectiva, a partir de cada realidade concreta mas existe um leque alargado e variado de formas de luta já experimentadas.

Abaixo assinados, vigílias, concentrações, desfiles, tribunas públicas, que muitas vezes se transformam em tribunais públicos, edição de postais para serem enviado a entidades, buzinões, cortes de trânsito, marchas lentas e outras formas que cada organização conhece e a partir das quais podem e devem ser construídas novas.

No desenvolvimento de cada processo de luta, costumam aparecer outras dificuldades: Quem escreve os textos? Os grafismos? Quem e onde se edita? Qual o custo?

Camaradas, já vimos que a importância da ligação do Partido à vida é muito grande. Estamos proibidos de desistir perante as dificuldades. Com muita confiança, perante cada uma que surja, a solução é tomar a iniciativa e encontrar soluções.

Permitam camaradas que cite o camarada Álvaro Cunhal sobre este assunto “Uma organização que se fecha em si própria, que se volta para dentro, que não estabelece ou que perde a ligação com as massas, está condenada a estiolar, a envelhecer e a morrer sem nada deixar atrás de si” Partido com Paredes de vidro.

No momento actual, se a produção mundial fosse colocada ao serviço dos povos, estes experimentariam um nível de emancipação nunca verificado. Não é isso que acontece, como sabemos, porque a produção não é realizada para responder às necessidades dos povos mas sim à ganância do lucro das multinacionais e dos grupos económicos capitalistas.

Portugal é um bom exemplo. A pobreza alastra. A fome, o mais vil atentado contra os direitos humanos anda a rondar a casa de milhares de famílias e em alguns casos já entrou e está sentada à mesa.

Mas ao mesmo tempo, as maiores empresas e grupos económicos do País duplicam e triplicam os lucros que distribuem pelos accionistas e o numero de portugueses com fortunas superiores a vinte milhões de euros crescem todos os anos.

Camaradas, há que resolver esta contradição concretizando o projecto comunista. O nosso projecto com o seu carácter anti capitalista, solidário, profundamente humanista. Revolucionário!!!

Camaradas, tomar partido, tal como a nossa Conferência nos propõe, será um contributo muito importante para alargar a luta por esta causa tão justa e nobre pela qual lutamos e damos sentido às nossas vidas.

É o caminho!

Vamos a isto camaradas!
Viva o Partido Comunista Português !

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