O Banco Central Europeu anunciou hoje que irá manter as taxas de juro de referência nos 4,25%, o que representa a manutenção de uma política que, em nome do combate à inflação, está a garantir a acumulação de milhares de milhões de euros de lucros por parte da banca, ao mesmo tempo que pesam as dificuldades na vida de milhares de pessoas com empréstimos à habitação, na situação das micro e pequenas empresas e na própria dívida pública.
Esta decisão do BCE confirma ainda que a ligeira descida que promoveu a três dias das eleições para o Parlamento Europeu visou sobretudo branquear perante os povos dos países da UE a sua conivência com o capital financeiro.
O PCP relembra as privações pelas quais estão a passar centenas de milhar de famílias para aguentar o pagamento das prestações ao banco dos seus empréstimos à habitação, num País onde temos assistido simultaneamente ao aumento significativo da especulação imobiliária e dos valores das rendas de casa. Perante esta realidade, o actual Governo PSD/CDS, tal como o anterior Governo do PS, assume uma atitude de completa subserviência quer às imposições do BCE, quer perante os interesses da banca.
O PCP reclama a intervenção do governo português e do Banco de Portugal para que exijam a redução das taxas de juro por parte do BCE. E, ao mesmo tempo, reafirma que são precisas medidas urgentes que aliviem o valor das prestações das casas ao banco, colocando os lucros da banca a contribuir para a resposta a este problema.
Para o PCP, esta política do BCE torna ainda mais claro a quem serve o Euro, bem como os custos para o País da perda de soberania monetária. Uma política com a qual PS, PSD, CDS, Chega e IL estão de acordo e com a qual é preciso romper.