Na passada segunda-feira foi noticiada a morte de um doente, jovem adulto, no hospital de S. José e em cujo hospital havia dado entrada na sexta-feira. O doente, que necessitava de uma intervenção da área da neurocirurgia, acabou por não ser intervencionado porque a equipa especializada neste tipo de intervenção ao invés de estar ao serviço no hospital, como as boas práticas clínicas assim o exigiriam, encontrava-se em situação de prevenção.
Soubemos que a colocação dos médicos em prevenção resultou das opções políticas do anterior executivo de corte nas horas de qualidade.
Apesar desta situação ser conhecida das várias entidades - Conselho de Administração do Centro hospitalar Central e da ARS Lisboa e Vale do Tejo - desde 2013/ 2014, só ontem perante a notoriedade adquirida pelo acontecimento, os mesmos apresentaram a demissão. Pediu também demissão o Presidente do Conselho de Administração do centro Hospitalar de Lisboa Norte, que inclui o hospital de Santa Maria, por ter os mesmo problemas e as mesmas limitações.
Esta situação não se desliga do desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde. Na retração da sua capacidade de resposta, na desvalorização dos profissionais de saúde e das suas carreiras.
Em face da gravidade da situação, que contraria plenamente todo o discurso propagandístico do anterior executivo quanto à capacidade de resposta do SNS, e de molde a proceder ao debate das consequências da política e das opções do anterior executivo, o Grupo Parlamentar do PCP requer a audição urgente das seguintes entidades, nesta comissão:
- Presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde, de Lisboa e Vale do Tejo – Dr. Luís Cunha Ribeiro
- Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Central – Dra. Teresa Maria Silva Sustelo
- Presidente Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte - Dr. Carlos José das Neves Martins
- Ministro da Saúde – Dr. Adalberto Campos Fernandes