Em nome da Direcção da Organização Regional de Bragança, saudamos a realização do XXII Congresso, seus delegados, e todo o colectivo partidário que o construiu.
Camaradas,
Na região de Bragança vemos o resultado da ausência de políticas de coesão e planeamento do território. Ali se sente a resignação de um povo esmagado pela já muita velha premissa “não há gente, logo não se justifica o investimento público”. O direito à saúde, à educação, à justiça, à mobilidade, ao emprego, é visto por muitos como um privilégio, acessível apenas a alguns.
É nesta região, onde as populações convivem com o isolamento e restrições no acesso aos seus direitos, que intervimos, assumindo um papel insubstituível, na consciencialização, na organização das lutas, na defesa e reivindicação das justas aspirações das populações.
O nosso trabalho é enquadrado por dificuldades, é certo, mas elas não impedem a afirmação e reforço do Partido. A vida tem mostrado que por vezes muito se consegue com o que, aparentemente, poderia ser tão pouco.
Evidentemente, não escondemos os constrangimentos, faltam quadros, mãos para o volume de trabalho, os novos recrutamentos são insuficientes e a organização está envelhecida, nem sempre a nossa intervenção chega a tempo e não conseguimos chegar de igual forma a todos os concelhos. Porém, com muito engenho e empenho militante somos nós, o PCP, o único garante na defesa dos interesses dos transmontanos. Com ou sem eleitos nos órgãos municipais, com uma expressão eleitoral global reduzida, é o PCP e a CDU que dá voz aos mais diversos problemas. É através da nossa intervenção que se travam ilegalidades, injustiças e até mesmo o autoritarismo e devaneios de Presidentes de Câmara, se exige a concretização do direito à saúde de proximidade e qualidade, o direito à mobilidade adequada às necessidades das populações. É com a presença dos comunistas e do Movimento Sindical Unitário que se combatem os atropelos aos direitos dos trabalhadores.
São amplas as propostas apresentadas tal como são as reivindicações, desde a integração dos trabalhadores com vínculo precário da Resíduos do Nordeste em Mirandela, à valorização dos trabalhadores do Matadouro do Cachão ou da Administração local. Foi pela nossa intervenção que se desmascarou a mão da Câmara Municipal de Macedo no encerramento do infantário de Podence, foi o PCP que denunciou a cobrança ilegal do IVA na fatura da água referente á recolha dos lixos em Mirandela e Bragança, como também fomos nós que denunciamos o embuste do Plano de Mobilidade do Tua, que até hoje apenas serviu para a entrega de 10 milhões de euros a uma empresa privada, a título da principal contrapartida pela construção da barragem do Foz Tua, infligindo sérios prejuízos às populações afetadas, privando-as do seu comboio.
É o PCP que denúncia as desigualdades e discriminação nos apoios municipais atribuídos às freguesias do Concelho de Bragança.
Foi o PCP que exigiu a resolução do grave problema ambiental provocado pelas antigas Minas do Portelo, localizadas em pleno Parque Natural de Montesinho, bem como o reconhecimento da Silvopastorícia como Serviço Público Essencial para a Sustentabilidade dos Povos dos Baldios.
Camaradas, o nosso papel é insubstituível, no nordeste transmontano não só resistimos como avançamos, não podia ser de outra forma.
Viva o XXII Congresso do Partido Comunista Português!
Viva o Partido Comunista Português!