Intervenção de Ana Farinho, Executivo da Direcção da Organização Regional de Beja, XXII Congresso do PCP

A luta no distrito de Beja

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Saúdo, em nome da Organização Regional de Beja, os delegados e convidados do nosso Congresso.

O distrito de Beja sofre de problemas que se arrastam há longos anos, e aos quais, os sucessivos governos não têm dado resposta.

Há questões estruturantes que é urgente resolver, nas quais a organização do Partido, com a intervenção dos seus eleitos nas autarquias, na Assembleia da República e no Parlamento Europeu e com o apoio dos trabalhadores e das populações, tem vindo a denunciar e a intervir.   

Na saúde lutamos pelo acesso da população a cuidados de saúde primários; pelas obras de ampliação e remodelação do Hospital Distrital de Beja; pela reversão do Hospital de São Paulo, em Serpa, para a esfera pública; bem como exigindo medidas para colmatar a falta de médicos e de outros profissionais de saúde e para requalificar os centros de saúde no distrito.

Nas acessibilidades continua a arrastar-se o processo de electrificação e modernização da linha ferroviária entre Casa Branca e Beja – estando ainda por abrir o concurso para as obras, que não incluem a ligação ao Aeroporto e prevendo-se ainda o encerramento da Linha durante o tempo da execução das obras. Coloca-se igualmente a necessidade de reposição e modernização da linha do Alentejo entre Beja e a Funcheira, obra fundamental para uma ligação directa a Faro.

Já na área da rodovia as obras que estão previstas não correspondem às necessidades, atrasando-se antigas reivindicações das populações, como é o caso do IP8 e as necessárias intervenções em várias estradas nacionais.

Quanto ao modelo agrícola e à gestão eficiente dos recursos hídricos não se tem avançado na concretização dos perímetros de rega associados a Alqueva – disso é exemplo o Bloco Póvoa-Amareleja e o Bloco de Rega da Vidigueira, mas também do Bloco de Moura. O modelo de exploração agrícola é baseado na exploração superintensiva da terra e na violenta exploração dos trabalhadores, incluindo imigrantes.

Na recente discussão do Orçamento do Estado o nosso Partido apresentou muitas propostas que visavam resolver estes e outros problemas. Só uma foi aprovada. O resto foi rejeitado pelos partidos do Governo (PSD e CDS) e também pelo PS. Ficam mais uma vez claras as responsabilidades destes partidos na falta de investimento no Alentejo.

O Partido tem sido a força determinante – muitas vezes a única – a lutar pelo desenvolvimento social e económico da região e por uma vida melhor para os que aí vivem e trabalham.

Temos realizado iniciativas conjuntamente com as populações, nas suas justas reivindicações, mobilizando-as para a luta e para a defesa dos seus direitos.

São disso exemplo as manifestações, concentrações, tribunas e sessões públicas realizadas um pouco por todo o distrito, ou o nosso empenho na petição em defesa do SNS no Distrito que conta já com quase 7000 assinaturas.

Camaradas,

São muitas as exigências colocadas ao Partido no distrito de Beja. No debate preparatório foi claro o acordo com o Projecto de Resolução Política e com as orientações e medidas apontadas para o reforço do Partido. Precisamos de um Partido mais forte, não para ter, mas para intervir mais e melhor e lutar com os trabalhadores e populações da região.
Um Partido com mais intervenção e iniciativa política, ligado à vida e aos problemas concretos, nas empresas e locais de trabalho, nas freguesias e localidades.

Estamos a discutir como recrutar mais militantes, como responsabilizar mais quadros, como estruturar melhor a nossa organização e como garantir mais meios, nomeadamente financeiros, para intervirmos melhor.

Entretanto iremos prosseguir a Acção Nacional de contactos, Aumentar Salários e Pensões-para uma vida melhor, apesar de já termos atingido o objectivo que nos foi colocado.
Estamos também já a assinalar os 50 anos da reforma agrária. Simultaneamente avançamos com confiança na preparação das eleições autárquicas onde temos o objectivo de reforçar as posições da CDU, em todos os órgãos autárquicos e de afirmar a CDU como a força do trabalho, da honestidade e da competência, espaço de unidade onde cabem todos os que defendem Abril, os seus valores e conquistas, e que está lá sempre ao lado das populações.

Camaradas:

Não subestimamos as nossas insuficiências e debilidades. Mas sabemos que há possibilidades para avançar. Temos determinação e confiança para enfrentarmos todas as batalhas e construir futuro.

Estaremos sempre, onde sempre devemos estar, com os trabalhadores e o povo, as vezes que forem necessárias.

A luta continua!

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