Camaradas,

A pequena e média agricultura familiar, os homens e mulheres do mundo rural, produzem alimentos de grande qualidade, contribuindo para uma alimentação saudável para o nosso povo.

A adesão à CEE, a Política Agrícola Comum, veio alterar em muito a estrutura fundiária nacional e o uso e costumes da nossa agricultura.

As regras comunitárias e nacionais impostas sem salvaguardar a especificidade da nossa agricultura, foram o culminar na liquidação de milhares de explorações agrícolas familiares.

Regras e políticas que os agricultores apelidaram de sentença de morte para a nossa agricultura familiar.

Mas os agricultores não cruzaram os braços!

Vale a pena recordar as grandiosas manifestações contra as políticas agrícolas comunitárias promovidas pela CNA – Confederação Nacional da Agricultura – e suas associadas. Em 1992 na Cúria, em 1998 em Lisboa e em 2000 em Évora.

Camaradas,

A resposta dos pequenos e médios agricultores à política de direita dos Governos Nacionais e à Política Agrícola Comum tem sido determinada.

A resposta dos produtores florestais, pela garantia do seu rendimento e em defesa da floresta, tem sido igualmente constante.

A resposta dos compartes dos baldios em defesa da propriedade comunitária, tem sido prolongada.

Luta, luta e mais luta.

Fizemos cinco grandes marchas de tractores no distrito de Aveiro, a última das quais em Fevereiro de 2024, altura em que a CNA e suas associadas promoveram também uma grande manifestação em Vila Real, contra a Reforma da PAC – Política Agrícola Comum, contra os cortes nos apoios, contra o ataque aos baldios.

Fizemos manifestações de viticultores na Régua, movimentações dos produtores do Baixo Mondego, pela reparação das comportas da Maria da Mata, lutas dos agricultores na zona da Marinha, em Ovar, contra a invasão das águas salgadas, ou a marcha lenta de tractores em 2022, entre Montemor-o--Velho e Coimbra.

Múltiplas acções no distrito de Leiria, a Marcha de Tractores no Fundão, muitas movimentações de agricultores pelas indemnizações por prejuízos causados por animais selvagens.

Destacamos a manifestação nacional em Lisboa contra a Reforma da PAC e a Manifestação Nacional em Março de 2022 em Braga.

E sublinhamos esse momento grande de luta dos pequenos e médios agricultores portugueses, o 8.º Congresso da CNA, em Novembro de 2022, com uma forte participação de homens e mulheres agricultoras que teimam em defender um mundo rural mais justo. Pela defesa do pão dos seus filhos e netos, pela defesa da produção e da nossa soberania alimentar, por uma melhor vida nos campos e nas cidades, por uma qualidade de vida para todos.

Camaradas,

São muitas as dificuldades neste importante sector! A resistência e coragem é um factor de grande importância para continuarmos a luta e a iniciativa necessária à intervenção do Partido.

Camaradas,

Não obstante as dificuldades, o tempo hoje dá-nos razão, mas também nos dá a confiança e a alegria para continuarmos a nossa luta, a nossa intervenção e honrar também a luta em defesa da nossa agricultura, em particular das pequenas e médias explorações.

Vamos continuar a abrir portas junto dos agricultores!

Uma coisa sabemos na agricultora, sem lançar as sementes à terra elas não podem crescer!

Viva os agricultores e agricultoras portuguesas!
Viva o XXII Congresso do Partido Comunista Português!