Intervenção de João Frazão, Comissão Política do Comité Central , XXII Congresso do PCP

A luta da classe operária e dos trabalhadores

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Enchem praças e avenidas com a bandeira vermelha da luta!

Tomam a palavra nos plenários das empresas.

Discutem cadernos reivindicativos.

Negoceiam a contratação colectiva.

Subscrevem abaixo-assinados.

Enfrentam os patrões com as suas justas reivindicações.

Fazem concentrações, desfiles, manifestações, paralizações e greves.

Gritam as palavras de ordem.

Param a produção nas empresas e serviços.

Lutam pelos seus direitos e pelos direitos de todas as classes e camadas anti monopolistas.

O seu exemplo anima a luta de todos.

Eis a classe operária e os trabalhadores, a força motora da luta de massas, da luta transformadora, da luta de classes que opõe os interesses que se antagonizam no capitalismo.

Não vai em modas nem em cantigas. Assenta a sua força na unidade, na organização, na justeza dos objectivos concretos por que se mobiliza e na sua inserção na luta mais geral por uma política alternativa e por uma alternativa política.

Dos salários, essa emergência nacional que muitos continuam a puxar para trás, às condições de trabalho, da redução e regulação dos horários, agora para as 35h sem perda de salário, ao fim da precariedade, da valorização das carreiras e profissões à redução da idade da reforma, dos valores do subsídio de refeição, quando há!, ao direito ao transporte ou ao fardamento, dos direitos dos jovens trabalhadores ao combate às discriminações das mulheres, dos direitos sindicais à Contratação Colectiva.

Pela sua dimensão, combatividade, dinâmica e persistência, a luta dos trabalhadores assumiu um destacado papel na luta de massas que se desenvolveu de forma impetuosa nos últimos quatro anos e que prossegue.

Com grandes jornadas em que se destaca o Primeiro de Maio, a luta desenvolveu-se em diversas acções de convergência nacional de mobilização, reivindicação, esclarecimento e luta, mas partiu das empresas e locais de trabalho do sector público e do sector privado, lá onde se dá o mais duro, o mais violento, o mais decisivo confronto da luta de classes.

Neste imenso rio de lutas, que muito valorizamos e aplaudimos, que vão desaguar à exigência de uma vida melhor, encontramos

os mineiros,

os vidreiros,

os corticeiros,

os operários metalúrgicos,

químicos,

têxteis, do vestuário e do calçado,

dos cimentos,

do sector automóvel,

das indústrias elétricas,

alimentares, das carnes e das conservas,

do papel,

os trabalhadores dos transportes rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo,

do comércio, distribuição e da logística,

de centros de contacto,

da energia,

da hotelaria,

das cantinas e refeitórios,

da hospitalização privada,

da banca,

da cultura e do património,

das autoestradas,

dos correios e das telecomunicações,

do sector das águas,

das IPSS e Misericórdias,

da Comunicação Social, designadamente os jornalistas,

da Administração Pública Central, Regional e Local,

os enfermeiros,

os médicos,

os técnicos de diagnóstico,

os farmacêuticos,

os assistentes técnicos, administrativos e operacionais,

os professores e os trabalhadores não docentes,

os trabalhadores da limpeza, da recolha de lixo e dos resíduos,

da vigilância,

os pescadores,

os pilotos das barras,

o pessoal civil das forças armadas,

os bombeiros,

as forças de segurança e os militares,

os profissionais da justiça.

Tantas lutas, tantos trabalhadores, tantas reivindicações - uma estrutura que os une. O Movimento Sindical Unitário, os Sindicatos, as Uniões de Sindicatos, as Federações e a maior, a mais activa e mais determinada organização social do nosso País, a CGTP–IN, a grande central sindical dos trabalhadores portugueses, que daqui vivamente saudamos.

É esta força que se expressa nas empresas e nas ruas com a alegria de quem sabe que está a contribuir para o avanço e para o progresso, para os direitos individuais e colectivos, para o elevar da consciência social e política, elemento determinante para a transformação revolucionária que é indispensável alcançar.

São os trabalhadores que produzem toda a riqueza. São eles as alavancas propulsoras do presente e do futuro.

Quando alguns, que por momentos se apresentam com energias que parecem inesgotáveis, desanimam perante as complexidades da luta e a ofensiva ideológica, cá está a classe operária e os trabalhadores para, pacientemente, resistir e prosseguir na luta!

Quando, olhando de soslaio e com impaciência os que teimam na luta organizada, outros tiram da cartola receitas prontas a servir, de foguetório radicalista, cá estão os que se empenham no trabalho essencial, determinante, de estruturar, ganhar para as muitas batalhas, consolidar organização.

Quando outros ainda, no engodo do resultado possível, procuram envolver as massas com a ladaínha da posição pragmática para justificar acordos que favorecem o aumento da exploração, cá estão aqueles que sabem que o que é responsável é garantir a quem trabalha a justa remuneração pelo seu esforço.

E é exactamente por isso que o capital não teme nem estes “alguns” nem aqueles “outros”, mas disfere todo o seu ódio de classe contra a luta organizada e as organizações que a promovem.

No PCP, sabemos com quem podemos contar. Sempre.

A classe operária e os trabalhadores, na luta que continua, sabe bem que pode contar, sempre, com a confiança inabalável do PCP.

Viva a luta da classe operária e dos trabalhadores!
Viva o PCP!

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