Intervenção de Inês Zuber, Organismos Executivos da Direcção da Organização Regional de Lisboa e membro do Comité Central, XXII Congresso do PCP

A batalha autárquica em Lisboa

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Camaradas,

A cidade de Lisboa está hoje, com a política e gestão PSD/CDS de Moedas, numa situação insustentável em que as opções políticas são tomadas não tendo em consideração os interesses de quem vive e trabalha na cidade, mas de quem pode lucrar mais com Lisboa, os interesses especulativos. Mas os problemas de Lisboa não nasceram há 3 anos, eles vêm de trás, dos 14 anos da gestão PS.

É verdade que hoje os problemas se agravaram, mas foram as opções do PS (em muitos casos, juntamente com o PSD/CDS) que originaram esses problemas – lembremo-nos da aprovação do Plano Director Municipal, que deixou os solos da cidade à mercê do especulador, lembremo-nos da reforma administrativa da cidade que desmantelou (e criou condições para a privatização) de serviços municipais como a Higiene Urbana e os espaços Verdes, lembremo-nos da política de desregulação do turismo, tudo matérias em que PS e PSD/CDS confluíram e confluem sem divergências. Lembremo-nos da política de devolução do IRS, que beneficia especialmente as famílias mais ricas da cidade, privando a cidade de recursos essenciais, centenas de milhões de euros só neste mandato, agravando as desigualdades e injustiças. Um caminho iniciado com PS e agravado por PSD/CDS.

Lembremo-nos, a nível nacional, de quem decidiu sobre a transferência de encargos para os Municípios, com consequências directas no ataque a funções sociais do Estado e à sua universalidade, como é o caso da gestão do parque escolar – que em Lisboa está num estado deplorável – e dos trabalhadores das escolas – sim, foram o PS e o PSD.

Também em Lisboa, a CDU tem um percurso de trabalho, de experiência e conhecimento, de oposição atenta, crítica mas também construtiva com a sucessiva apresentação de propostas, muitas delas aprovadas e em concretização, como foram o caso do Programa Municipal de Arrendamento a Custos Acessíveis, do programa de transporte escolar envolvendo a Carris, da criação do Festival Internacional de Literatura, entre tantas outras. Um trabalho em que procuramos intervir sobre cada um dos problemas da população, das associações, das escolas, dos bairros, dos trabalhadores do Município,  valorizando o contacto direto, na rua, no bairro ou no local de trabalho, num esforço que queremos levar mais longe.

A CDU é uma força autárquica que conta na cidade de Lisboa, temos uma responsabilidade especial da qual não abdicamos – apresentar um projecto alternativo e transformador para Lisboa, dar à população de Lisboa a possibilidade de um caminho alternativo, com uma visão de cidade que se afasta tanto das políticas do PS como do PSD/CDS. Aquilo que nos move não é a alternância de lugares, mas a construção de uma gestão distinta que só a CDU, como a grande força da unidade à esquerda, pode dar.

Quem vive, trabalha ou quer voltar a viver em Lisboa merece uma cidade onde o espaço público seja de todos, onde a habitação seja um direito e não um luxo, onde os transportes tenham qualidade e estejam ao serviço da população que deles necessita, onde o ambiente, a saúde, a educação e a cultura se conjugam de forma harmoniosa para assegurar o bem-estar de todos.

Camaradas,

Temos o melhor projecto, temos a melhor candidatura, estamos todos os dias a somar mais para a alternativa na governação da cidade. Somos muitos e seremos muitos mais, vamos com força continuar este trabalho de contacto, de envolvimento, de afirmação do projecto que dá garantias da verdadeira construção do direito à cidade.

Viva a CDU!
Viva o XXII Congresso do PCP!
Viva o Partido Comunista Português

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