Intervenção de Álvaro Manuel Amado, Organização Regional de Setúbal, XXII Congresso do PCP

Arrábida a Reserva da Biosfera – Projeto de Desenvolvimento Regional das Autarquias do PCP

Ver vídeo

''

Camaradas,

O território Arrábida, composto pelos municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal, é uma centralidade que se afirma em vários domínios e que nasceu de forma orgânica, da história e património partilhados. E, sem dúvida, consolidou-se com a marca do trabalho participado e qualificado que as autarquias CDU têm sabido imprimir à região.

O património natural e cultural da Arrábida apresenta valores únicos, que importa preservar e valorizar. Simultaneamente, e desde tempos imemoriais, as encostas da Arrábida acolhem atividades humanas, essenciais para a economia local e parte integrante da sua história e vivência, numa simbiose entre comunidades humanas e território.

A visão que temos de desenvolvimento, sustentabilidade e futuro coincide com os objetivos do Programa "Homem e a Biosfera", lançado pela UNESCO em 1970, razão pela qual os municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal, a Associação de Municípios da Região de Setúbal e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas encetaram, em 2016, uma nova parceria, com vista à promoção de uma candidatura da Arrábida a Reserva de Biosfera. Um passo que acreditamos ser de enorme relevância para o projeto de desenvolvimento regional que temos em marcha.

Desde então até à submissão ao Comité nacional do Programa “Homem e a Biosfera”, em junho deste ano, desbravámos caminho, na construção de uma candidatura sólida, com investigação inédita por parte da comunidade científica, e amplamente participada, prática enraizada no ADN das Autarquias comunistas… em reuniões públicas, conferências, atividades nas escolas e várias oficinas temáticas, parceiros de diversos setores trabalharam na definição do Plano de Ação da futura Reserva da Biosfera – Reserva que assumirá, também ela, um modelo de governança partilhada e com a Associação de Municípios da Região de Setúbal enquanto entidade gestora.

É com a convicção na justeza e na excelência do trabalho realizado que, em Setembro de 2025, esperamos a validação e anúncio da criação da Reserva da Biosfera da Arrábida.

Apesar do boicote de vários municípios do PS, a AMRS continua – e continuará! – a ser uma força motriz incontornável do desenvolvimento no distrito de Setúbal, sempre presente e ativa na defesa dos interesses das populações, na promoção da cooperação intermunicipal, apostando na inovação, na definição e reivindicação de caminhos de um futuro de desenvolvimento sustentável na região, conforme os princípios e eixos plasmados no Plano Estratégico de Desenvolvimento da Península de Setúbal, atualmente em revisão.

Este é, pois, o resultado do trabalho, da perseverança e da resistência das Autarquias comunistas, das suas equipas e da AMRS, que souberam envolver os representantes das entidades do território, os agentes económicos e sociais e as populações numa candidatura consensual, que aposta na preservação da biodiversidade do Parque Natural e no seu usufruto pela comunidade, potenciando atividades e produtos endógenos - a agricultura, as pescas, o turismo, a produção de queijo, pão, vinho, mel, fruta,… - e reforçando a marca territorial Arrábida.

A expetativa que temos é de que a futura Reserva, laboratório vivo de sustentabilidade, concorra para melhorar a concertação entre as entidades, em particular, com o ICNF, que tem de ser menos “tutela”, e mais o parceiro de primeira linha que a região necessita para uma gestão mais eficaz e menos burocrática deste território.

Dizia Sebastião da Gama, o poeta da Arrábida, «Pelo Sonho é que Vamos».

Acrescentamos nós que aquilo que podemos sonhar, podemos concretizar - através da luta, do trabalho responsável e consequente, com a participação de todas as pessoas. É este o legado do PCP no país, é este o legado do PCP nas Autarquias, em 48 anos de Poder Local Democrático, o maior agente transformador e de progresso!

Viva o Poder Local Democrático de Abril!
Viva o Partido Comunista Português!

  • XXII Congresso