Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

9 de Maio: Dia da Vitória sobre o nazi-fascismo - Pela Paz! Não ao fascismo e à guerra!

Quando se comemoram os 79 anos da Vitória sobre o nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial, é imprescindível recordar que o nazi-fascismo foi a mais violenta e criminosa forma de exploração e opressão gerada pelo capitalismo, com o seu anti-comunismo, o seu racismo e xenofobia, o seu ataque às liberdades e aos direitos democráticos, a sua apologia do militarismo e da guerra.

É igualmente necessário recordar que o nazi-fascismo foi responsável pelo horror dos campos de concentração, pelo massacre sistemático de populações, pela utilização de trabalho escravo, pela imposição de incomensuráveis e cruéis sofrimentos e privações a milhões de pessoas, pela mais devastadora guerra imposta à Humanidade. E que é fundamental, para que tal barbárie jamais aconteça, que não se deixe que se esconda e faça esquecer o que foi e quais os interesses de classe que estiveram por detrás do nazi-fascismo, assim como os seus hediondos crimes.

Porém e como o PCP tem salientado, assinalar esta data histórica é também, e sobretudo, prestar a devida homenagem aos milhões de homens, mulheres, jovens que heroicamente resistiram e lutaram, entregando as suas vidas se necessário fosse, para pôr fim à barbárie nazi-fascista. É, reconhecendo o papel da coligação dos países aliados que veio a formar-se no decurso da guerra, de salientar o contributo decisivo da URSS, do povo soviético e do seu Exército Vermelho, que – à custa de mais de 20 milhões de mortos e de enormes sacrifícios – determinou o curso da guerra e permitiu libertar a Humanidade do nazi-fascismo. É ainda de sublinhar o contributo da resistência anti-fascista, na qual milhares de comunistas e outros democratas deram as suas vidas em prol da causa da liberdade e da paz.

Assinalar o 9 de Maio é não deixar esquecer a activa colaboração prestada por Salazar a Hitler, mas também recordar e sublinhar as grandes manifestações de alegria com que o povo português festejou a Vitória e o que esta contribuiu para o desenvolvimento da luta anti-fascista em Portugal, que viria a culminar na Revolução de Abril em 25 de Abril de 1974.

Aqueles que hoje procuram ocultar e branquear o que foi o fascismo – incluindo os 48 anos de ditadura terrorista em Portugal – e que sob o anti-comunismo escondem as concepções e os projectos mais reaccionários e anti-democráticos, só devem merecer a firme denúncia e a clara rejeição dos seus intentos por parte dos democratas.

79 anos depois, comemorar o Dia da Vitória assume uma acrescida importância perante as tentativas dos que – procurando fazer esquecer a tragédia que representou a Segunda Guerra Mundial, incluindo o horror dos bombardeamentos atómicos norte-americanos sobre Hiroshima e Nagasaki – apostam de novo na confrontação, na promoção do militarismo, na escalada armamentista, na apologia da guerra.

O PCP reafirma que se impõe pôr fim ao caminho para o abismo para onde o imperialismo procura empurrar a Humanidade. O caminho para a Paz implica o fim da apologia do militarismo, do aumento das despesas militares, da escalada armamentista, da guerra. O caminho para a Paz é incompatível com a ampliação da NATO ou a transformação da UE num bloco político-militar belicista complementar à NATO, sempre ao serviço dos interesses das grandes potências e respectivos complexos militares-industriais e à custa da paz, dos direitos, das condições de vida dos trabalhadores e dos povos.

O caminho para a Paz exige o imediato fim do massacre e genocídio do povo palestiniano levado a cabo pelo governo sionista de Israel, a instauração de um cessar-fogo imediato e permanente, a ajuda humanitária ao povo palestiniano e a criação do Estado da Palestina soberano e independente, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental, e a efectivação do direito ao retorno dos refugiados, como determinam as resoluções da ONU.

O caminho para a Paz exige que os EUA, a NATO e a UE abram vias de negociação com os demais intervenientes, nomeadamente com a Federação Russa, visando alcançar uma solução política para o conflito, a resposta aos problemas de segurança colectiva e do desarmamento na Europa, o cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia.

O caminho para a Paz passa pela solução pacífica dos conflitos internacionais, bem como pelo desarmamento geral, simultâneo e controlado, pela dissolução dos blocos político-militares, pelo estabelecimento de um sistema de segurança coletiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.

O caminho para a Paz passa igualmente por uma política externa nacional de acordo com os princípios da Constituição da República Portuguesa, e não, como tem sucedido com sucessivos governos, pelo alinhamento e submissão à estratégia de confrontação dos EUA, da NATO e da UE que é contrária aos interesses do povo português e dos povos do mundo.

Valorizando as acções em prol da paz e da solidariedade que têm sido promovidas em Portugal, o PCP reafirma o seu apelo a todos quantos aspiram à paz e estão cientes de que é urgente deter a escalada belicista, para se mobilizarem e fazerem ouvir a sua voz em defesa da Paz, contra o fascismo e a guerra – para que os horrores da Segunda Guerra Mundial nunca mais aconteçam.

 

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