Intervenção de Carla Martins, Membro do Executivo da Direcção da Organização Regional de Aveiro do PCP, XX Congresso do PCP

Organização Regional de Aveiro

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Em nome da Organização Regional de Aveiro, saúdo todos os delegados, convidados e amigos aqui presentes e que tornam assim possível a realização deste grande Congresso. Permitam-me uma saudação em especial aos Camaradas da OR Aveiro, que se envolveram na preparação e realização de 74 plenários com uma participação de mais de 700 camaradas e amigos.

O distrito de Aveiro detém os mais variados recursos com potencial em todos os sectores produtivos.

No entanto, estas grandes potencialidades não têm repercussão na qualidade de vida do povo, onde, mais de 200 mil pessoas vivem no limiar da pobreza.
Em Aveiro, o desemprego registado pelo IEFP atinge actualmente os 29 mil, mais 19 mil que à data do último congresso, mas quando se contabilizam os ocupados nas chamadas medidas activas de emprego e os inactivos ou desencorajados, o desemprego real aproxima-se dos 80 mil.

Camaradas,

Ao longo destes anos foram inúmeras as acções e lutas encetadas no distrito.

No quadro geral da luta e intervenção do partido por «Mais Direitos, Mais Futuro» tivemos contacto com milhares de trabalhadores do distrito, denunciando publicamente inúmeras situações de precariedade vivenciadas diariamente que destacamos:

- No grupo Amorim, onde a precariedade impera num sector que só no ano passado se eliminou a discriminação salarial entre homens e mulheres;

- Na Lusiaves, onde não existe horário de saída, onde as jornadas de trabalham chegam às 12H em dias consecutivos, aliados ao pagamento do salário mínimo. A título de curiosidade, a nossa publicação no site da DORAV com o título «frangamente a explorar os trabalhadores» teve mais de 15 mil visitas;

- Na Faurécia, multiplicam-se as doenças profissionais devido aos intensos ritmos de trabalho, e à constante rotação de mão-de-obra que nos poderá levar a questionar se, haverá alguma relação com os seis casos de suicídio entre trabalhadores e ex-trabalhadores desta fábrica ao longo do último ano.

Em alguns casos, a denúncia do Partido, associada à luta dos trabalhadores, permitiu conquistar algumas vitórias, podendo salientar-se:

- Na FUNFRAP, onde a empresa propôs a 50 trabalhadores a passagem a contrato sem termo e a 100 trabalhadores subcontratados a passagem a contratos com a própria empresa.

- Na Tapeçaria Ferreira de Sá, onde a denuncia dos baixos salários resultou num aumento salarial entre 20 a 50 €;

Neste quadro o caso da Renault merece também referência. Com a luta, em 2015 conseguiu-se aumentos salariais e integração de trabalhadores no quadro da empresa, mas disso pouco se ouviu falar. Já este ano, pela chantagem e pressão da administração estão a tentar impor-se retrocessos, altamente publicitado como um grande avanço na vida dos trabalhadores, da empresa e do país. O trabalho do partido juntos das empresas tem permitido a reactivação e criação de células e uma maior intervenção e reforço nessa importante frente.

Passando para o sector agrícola foram várias as acções na defesa de um preço justo à produção e pela exigência da manutenção das quotas leiteiras destacando-se a grande marcha de tractores realizada em Agosto último.

Camaradas,

A política de direita degradou as condições de acesso à saúde e à educação, com resposta das populações em lutas muito expressivas.

Por exemplo, o encerramento de valências no Hospital Visconde de Salreu, o encerramento de extensões de saúde, bem como com a degradação de serviços no CHBV e do Hospital da Feira.

O ataque à escola pública, com o encerramento de escolas do primeiro ciclo, teve um impacto gravoso na vida das populações, mas as lutas encetadas na defesa das escolas de proximidade e contra a desertificação, tornaram-se um marco na consciencialização das populações, bem como, na limitação de maiores atropelos.

Com as políticas de ataque aos direitos laborais e aos direitos consagrados na C.R vividos no distrito o partido tem estado à altura das respostas necessárias, consciente de que o seu reforço e afirmação são cruciais para continuar a avançar para uma política patriótica e de esquerda. Por isso, sem ignorar dificuldades e atrasos, mas assumindo a persistência, disciplina, determinação e coragem que caracteriza os revolucionários, aqui reafirmamos o nosso compromisso de continuar a luta e reforçar o PCP.

Viva o XX Congresso
Viva o PCP

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