Camaradas,
Começo por transmitir uma saudação da Organização Regional da Guarda ao Congresso.
Ao longo dos últimos quatro anos, foi intensa a actividade do Partido no distrito da Guarda. Lembremos as comemorações do centenário do camarada Álvaro Cunhal, dos 40 anos da Constituição e dos 40 anos do 25 de Abril, destacando-se a este nível a atribuição do nome 25 de Abril a uma avenida da cidade da Guarda, que não dispunha de qualquer referência toponímica à Revolução.
O Partido interveio, acompanhou e reforçou-se nas diversas lutas: da Administração Pública, particularmente pelas 35h, dos enfermeiros, dos trabalhadores do Contact Center de Seia, da Lusolã, Beiralã e da Serralã, do IPG, da Solnave e da Randstad na ULS na Guarda, dos agricultores e na Fundação Côa Parque, a das populações por melhores serviços públicos, designadamente contra a redução de valências hospitalares em Seia ou o encerramento dos postos médico e da GNR no Gonçalo, dos tribunais da Meda e de Fornos de Algodres, da repartição de finanças de Pinhel. Mas também a luta pelo regresso da gestão do Parque e Museu do Côa para a Administração Central, as lutas contra as portagens na A23 e na A25.
No plano da organização, consolidaram-se células, criou-se o sector da cultura e retomou-se a ligação ao concelho de Trancoso.
Estes avanços, apesar das dificuldades, só foram possíveis e são superáveis com o reforço do Partido, com a responsabilização de mais quadros, mais recrutamento, mais informação e propaganda, com o reforço da venda e leitura do Avante, assim como da formação ideológica e da estruturação do Partido nas empresas e locais de trabalho.
Um Partido mais forte é possível assim como o é a inversão da situação do Distrito. Este é bem evidenciado por alguns números da política de direita. Na educação, só entre 2002 e 2014 encerraram mais de 400 escolas, sendo a maior parte do ensino básico. Na saúde, os equipamentos degradam-se e o pessoal diminui. Entre 2001 e 2015, a Guarda perdeu 25% dos seus médicos, 6% dos enfermeiros e 12% do pessoal auxiliar e administrativo. Concelhos como Aguiar, Celorico, Meda, Pinhel, Sabugal ou Foz Côa contam com apenas 1 médico por 1.000 habitantes, contrastando com os 4,5 da média nacional! A oferta de trabalho diminui, existindo em 2014 menos 5.000 trabalhadores que em 2008. Já a precariedade aumenta, em particular entre os trabalhadores com menos de 35 anos.
Um distrito da Guarda mais justo é possível com a política alternativa patriótica e de esquerda que o PCP propõe: Valorizando a agricultura familiar e a floresta, Apostando na qualificação e defesa dos produtos únicos da região, desde o queijo da serra ao vinho do Douro, apoiando a produção e a criação de emprego com direitos, colocando ao serviço do povo o património ambiental e cultural da região, designadamente a serra da Estrela ou o vale do Côa, investindo na melhoria das condições de vida das populações do interior, mediante o reforço dos serviços públicos, a melhoria das vias de comunicação através, por exemplo, do investimento na ferrovia ou da abolição das portagens, investindo na cultura, mediante o investimento no ensino artístico, nas bibliotecas ou nos apoios à criação artística e às associações culturais.
É por isto que lutamos e queremos continuar a lutar, dependendo o êxito desta luta do reforço do nosso Partido e da sua acção, da dinamização da luta dos trabalhadores e das populações na construção da democracia avançada e dos valores de Abril no futuro de Portugal. Por um distrito da Guarda mais justo, por um país melhor, por um Partido mais forte.
Viva o XX Congresso.
Viva o PCP!