Camaradas,
Na Região de Setúbal, os Micro, Pequenos e Médios Empresários constituem uma camada extremamente heterogénea presente em todos os sectores económicos, tendo um peso económico e social muito relevante.
A importância política deste sector e dos processos económicos e sociais que o atravessam, o seu peso económico e social, tornam possível a evolução da sua consciência e posicionamento de classe.
Na Região tem vindo a registar-se um interessante crescimento, nos últimos anos, de micro, pequenos e médios empresários na sua organização.
Tem-se decididamente dado passos em frente na atenção e intervenção do Partido nesta frente com o funcionamento regular da Comissão Regional, com tomadas de posição sobre todos os problemas que afectam os Micro, Pequenos e Médios Empresários.
As grandes transformações verificadas na actual fase do capitalismo, de que são exemplo os processos de desindustrialização e de concentração da actividade de distribuição, foram feitas a reboque dos interesses do grande capital e contra as pequenas empresas, pois muitas delas foram drasticamente arrastadas para o encerramento.
O grande capital domina a banca, vai manobrando a lei e a intervenção pública à medida dos seus interesses e lucros, esmaga tudo e todos que lhe façam frente.
O grande desafio é consciencializar os Micro, Pequenos e Médios Empresários do conflito de interesses com o grande capital, comercial, industrial e financeiro, dando o primeiro passo para que orientem devidamente as suas alianças tanto sociais como políticas, sabendo-se, como se sabe, que uma maioria delas seguem em geral os pontos de vista do grande capital.
É assim uma questão decisiva para o Partido, e para os Micro, Pequenos e Médios Empresários comunistas que se assumam como tal, no Partido e para o Partido.
Impõe-se um forte e renovado empenhamento dos empresários comunistas na participação e dinamização das suas organizações de classe.
Uma outra e fortalecida presença na organização do Partido que contribua quer para a acção geral, quer para o reforço desta frente de luta.
A actual situação política e a aprovação do OE 2017, com as propostas e intervenção do PCP deram origem a avanços no que toca ao IVA da restauração e ao PEC, mas ainda insuficientes face a reivindicações dos Micro, Pequenos e Médios Empresários. Podemos afirmar que os MPME ainda têm um longo caminho a percorrer para alcançar os objectivos pelos quais lutam.
A luta das Micro, Pequenas e Médias Empresas, converge com a luta dos trabalhadores e com a luta do Partido, na construção de uma frente social anti-monopolista com objectivo de potenciar o peso e influência do PCP na vida política nacional e dar expressão a uma política alternativa, patriótica e de esquerda.