Gostaria de enviar uma forte saudação a esta Assembleia, a todos vós que contribuíram para o seu sucesso, neste que é um importante momento da nossa vida partidária e de grande significado para as gentes do Distrito.
Sucesso pela preparação, a discussão travada e a Resolução Política aprovada. Uma resolução ligada à vida e à realidade da Região e das suas gentes. Permitam-me uma saudação à nova direcção regional eleita, aos novos que agora entram e aos que se mantêm. Uma saudação também aos que agora deixam a direcção regional, contamos com todos, o Partido precisa do conhecimento, da experiência, da opinião e da militância de cada um de vós
Durante o dia de hoje, as várias intervenções revelam o conhecimento profundo que o nosso Partido tem dos problemas, dos anseios, das reivindicações e também das potencialidades desta Região.
Assembleia realizada, decisões tomadas, agora falta o mais exigente, pôr em prática as conclusões junto dos seus principais interessados, os trabalhadores, as populações e a juventude.
E sabendo bem a exigência que isso comporta, a verdade é que saímos hoje em melhores condições para levar por diante essa tarefa, para andar para a frente e reforçar este nosso Partido de 104 anos com um ideal que nos enche de orgulho.
Saímos da Assembleia em melhores condições para recrutar, responsabilizar mais quadros, alargar a nossa influência, aprofundar a intervenção nos locais de trabalho. Um Partido mais forte para que mais fortes sejam os direitos dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados, de todos aqueles que precisam da vida melhor a que têm direito.
Um Partido mais forte para que mais forte seja a justa luta que aí está e se vai reforçar. Essa luta que os trabalhadores desta Região conhecem bem e da qual são protagonistas, foi e é assim na Amtrol-Alfa, na Olicargo, na Schnellecke, no sector das cutelarias, na Aptiv, na Bosch, na grande distribuição, no sector social, na Resinorte, na Administração Pública, na TUB, na Petrotec, nos centros de contacto, das mulheres, dos estudantes, dos reformados.
Essa luta das populações em defesa do Serviço Nacional de Saúde, pela construção da nova ala de cirurgia no Hospital de Braga e contra a sua entrega à gestão privada. No combate à mentira, à demagogia e ao negócio da doença.
O Distrito e o País não precisam que da doença se faça negócio, precisa é de prevenção da doença, precisa de respostas públicas aos utentes, desde logo às crianças e aos mais idosos, precisa é de resolver o problema central do SNS. Os profissionais, tendo condições, médicos, enfermeiros, técnicos, optam pelo SNS, porque sabem que só o SNS está em condições de responder.
Essa luta de massas, das populações, das mulheres, dos estudantes, dos reformados, que se vai expressar no 25 de Abril e na grande jornada do 1.º de Maio. Essa luta que é determinante, antes, durante e após as eleições.
Onze meses de um Governo PSD/CDS, assente numa máquina de propaganda e que se portou como uma gestora dos interesses dos grupos económicos e onde nunca falharam, para lá do circo e da gritaria, o Chega e a IL, e um PS que viabilizou até ao limite o Governo e a sua política.
São todos responsáveis pela ilusão de que o País está melhor, pelo agravar dos problemas e o arrastar do País para a degradação da situação social, económica e política.
O País, a vida de quem trabalha e de quem trabalhou não pode continuar tal como está, com os sacrifícios para a maioria e um punhado de grupos económicos e multinacionais a concentrar e acumular cada vez mais riqueza.
É urgente travar uma situação em que os salários não chegam ao final do mês, onde o subsídio de refeição, como acontece aqui no sector têxtil, é de 2,5 euros, em que o custo de vida não pára de aumentar, com a habitação que se torna em muitos casos impossível de alcançar, com rendas e prestações insuportáveis, é urgente travar as crescentes dificuldades de acesso a cuidados de saúde, travar a degradação do SNS e do conjunto dos serviços públicos, a precariedade laboral que é a precariedade da vida.
É urgente pôr fim à promiscuidade entre o poder político e o poder económico e à corrupção que lhe está aliada. O País já percebeu que Luís Montenegro não pode explicar mais nada porque não há explicação possível para o que fez, o que não poderia ter feito e o que devia ter feito e não fez. Quis e quer garantir a todo o custo salvar duas questões: a sua imagem e os privilégios, benefícios e os negócios dos grupos económicos.
Uma política geradora de injustiças e desigualdades que empurra mais de 2 milhões de pessoas, incluindo milhares de crianças, para a pobreza e que faz com que a maioria viva com dificuldades crescentes, enquanto um punhado, uma pequeníssima minoria, acumula 32 milhões de euros de lucros por dia – uma ala de pediatria do Hospital de Braga por dia e ainda sobrava dinheiro suficiente para contratar médicos, enfermeiros e outros profissionais em falta.
Não basta derrubar o Governo, é mesmo preciso derrotar uma política que, independentemente de quem a realize, não serve e não pode continuar, é negativa pelo que fez e pelo que ambiciona fazer. Assalto à Segurança Social, deixando que os grupos económicos deitem a mão ao dinheiro do trabalho. Desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde, ataques às leis laborais, mais exploração, mais precariedade, mais horas, mais tempo de trabalho. Privatizar, privatizar, privatizar, e submeter e sujeitar o País, a vida e os direitos de cada um, em particular dos jovens, à loucura da destruição, do armamento e da guerra.
Uma política que quer trocar salários, pensões, saúde, habitação, abonos pela corrida aos armamentos, quer transferir os nossos meios e recursos para os lucros do complexo industrial-militar. A política da mentira, da manipulação, do medo e da descrença.
Portugal não é uma província nem um apêndice dos EUA, da UE ou da NATO, Portugal é um País soberano, com uma lei fundamental, a Constituição da República, que está obrigado a cumprir e a fazer cumprir.
E para isso o que se impõe é contribuir para os caminhos da Paz, o que é urgente é de uma vez por todas reconhecer o Estado da Palestina e tudo fazer para pôr fim ao genocídio que está em curso do povo palestiniano pelas mãos de Israel, com as armas dos EUA e a hipocrisia da UE e dos governantes.
O País, a vida de cada um, não precisa de kits de sobrevivência das guerras deles, precisa isso sim de um kit da vida melhor, da vida justa a que quem põe o País a funcionar, quem trabalhou uma vida inteira, os jovens, a que a maioria tem direito. Esse kit “vida melhor”, o kit das vidas que contam, o kit das soluções que fazem a diferença naquilo que realmente conta, a vida das pessoas.
Choque salarial; casas para morar; tempo para viver, para brincar e educar os filhos; dignidade para com quem trabalhou uma vida inteira; saúde para todos, só com um SNS forte. É este o Kit para a vida melhor que se impõe, são estas as respostas a dar, é este o compromisso do PCP e da CDU, a força que conta naquilo que conta – a vida das pessoas.
A força que não recua um milímetro na defesa da Paz. Connosco nem um cêntimo para a guerra, todo o dinheiro para as crianças, creches, idosos, lares, educação, saúde, habitação.
A força que não dá a mão à direita e à sua política. A força da coragem, da luta anti-fascista, das conquistas de Abril e que quer retomar esse caminho que foi interrompido, a força que mais garantias dá para enfrentar as forças e concepções reaccionárias, fascistas, racistas e xenófobas.
A grande força unitária e popular, ligada à vida da maioria, essa vida que conta.
E é assim que aqui estamos, com os pés na terra, sabendo as exigências da situação, mas com uma grande confiança e determinação. Uma confiança que não confunde desejos com realidades mas que é sustentada na ligação aos trabalhadores, às populações, à juventude.
Confiança porque aqui há gente séria, ao serviço e só ao serviço do nosso povo, que sabe que há muita gente honesta, empenhada, preocupada e séria, gente disponível para pôr o Distrito, o País e a vida de cada um a andar para a frente. É também com esses com quem temos de ir à conversa, mobilizá-los e envolvê-los neste espaço, neste projecto popular que é a CDU, neste movimento que é o seu, que envolve PCP, PEV, ID e independentes.
Trabalho, honestidade e competência, a nossa marca que ninguém nos deu – conquistada. Mais trabalho, honestidade e competência fazem falta às Taipas, a Guimarães, ao Distrito e ao País.
É assim que nos apresentamos às eleições legislativas. Este Distrito, este povo precisa de voltar a ter a sua voz na Assembleia da República e para isso é só apoiar e votar na CDU para eleger a Sandra Cardoso, a voz do Minho na AR. O que valeram nestes longos 11 meses os deputados que por aqui foram eleitos?
Vamos para a frente, o povo deste Distrito merece cada minuto da nossa dedicação. Vamos fazer uma grande jornada de contacto, esclarecimento e mobilização, e afirmar a CDU como a força popular ao serviço e só ao serviço do povo.