O aumento geral dos salários é a questão central que se coloca hoje em todo o lado. É no sector público, é no sector privado.
Os trabalhadores estão, aqui, a exigir o combate ao aumento do custo de vida, já ninguém aguenta mais o aumento do custo de vida. É uma exigência justíssima.
Esta gente põe o país a funcionar, cria riqueza, põe a economia a funcionar. Há riqueza criada, há lucros e há dinheiro, o que é preciso é que ele seja melhor distribuído.
O Orçamento do Estado corresponde a uma orientação contrária ao que estas pessoas aqui exigem.
Porque é um Orçamento do Estado que, no meio de muita confusão, dá mais de 1.600 milhões de euros em benefícios fiscais para as grandes empresas. Os tais que têm 25 milhões de euros de lucros por dia. Ou serve a banca que já tem 12 milhões de euros de lucros por dia.
O Governo fez uma opção. O aumento das pensões e das reformas foi chumbado. A diminuição do preço do passe, para 20 euros, como nós propusemos, foi chumbado. A revogação dos benefícios fiscais para os grupos económicos e o reforço das verbas para o Serviço Nacional de Saúde foi chumbado. É esta que é a questão de fundo.
Esta gente toda apertada, com o salário muito curto para o mês tão grande que têm, a fazerem sacrifícios brutais para conseguirem aguentar a sua casa, tendo em conta o aumento das taxas de juro, e depois a banca, com 12 milhões de euros de lucros por dia. Isto não pode continuar assim. É preciso uma alteração de rumo.
É como nós dizemos, é preciso uma outra política.
O que eu espero é que haja mais deputados do PCP a da CDU porque essa é uma condição para obrigar a esse diálogo que não tem existido.
Essa é a grande questão, que haja mais deputados do PCP e da CDU porque é isso que vai determinar o rumo político a partir de dia 11, o resto é só para a gente se entreter, de cenários atrás de cenários que não têm concretização nenhuma, a não ser que nós reforcemos com mais deputados e mais votos e esta gente, certamente, vai dar essa força.