Intervenção de Paula Santos na Assembleia de República, Reunião Plenária

É tempo de Portugal reconhecer formalmente o Estado da Palestina

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Prossegue o genocídio perpetrado por Israel contra o povo palestiniano. Oito meses depois de uma violência brutal, mais de 36 mil palestinianos, dos quais mais 15 mil crianças, foram assassinados. Há mais de 86 mil feridos.

Contra o clamor mundial que exige o cessar-fogo, e contra as ordens do Tribunal Internacional de Justiça, emitidas na sequência da acusação por genocídio apresentada pela Africa do Sul contra Israel, este bombardeou um campo de refugiados nos arredores de Rafah, numa área anteriormente designada como “zona segura”. Ainda hoje foi conhecida a denúncia pela Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas às práticas de crimes de guerra, de massacres em massa, do recurso sistemático à tortura por Israel.

O isolamento de Israel é crescente. A Irlanda, a Noruega e a Espanha reconheceram formalmente a Palestina como um Estado, que se juntaram aos 140 estados que já reconheciam o Estado palestiniano.

Portugal continua sem reconhecer o Estado da Palestina, o que é condenável!
 
É tempo de acabar com a hipocrisia e o cinismo. É tempo de Portugal reconhecer formalmente o Estado da Palestina, apoiando o seu povo na luta pelos seus direitos nacionais.

É também tempo de um esclarecimento do Governo quanto à inadmissível “cooperação militar” entre Portugal e Israel.

Não concorda que o Governo tem de assumir uma posição clara no contexto da União Europeia, defendendo a suspensão do Acordo de Associação UE/Israel?

Não concorda que há um posicionamento que é urgente?
Apelar a um cessar-fogo imediato e duradouro;
Exigir o fim definitivo dos bombardeamentos e das deslocações forçadas da população;
Exigir a proteção do povo palestiniano em Gaza e na Cisjordânia;
Exigir a entrada da ajuda humanitária necessária, o levantamento do infame bloqueio que, desde 2006, transformou a faixa de Gaza numa prisão a céu aberto, e início da reconstrução;
Reclamar a libertação de todos os presos palestinianos e todos os reféns israelitas;
Avançar para o imediato reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal, soberano e independente, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental, e a efetivação do direito ao retorno dos refugiados, corno determinam as resoluções da ONU.

 

 

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