1. O PCP foi ontem contactado pelo Gabinete do Primeiro-Ministro para acertar um encontro deste com o Secretário-Geral do PCP, a realizar amanhã, no âmbito de consultas prévias aos partidos antes da reunião do Conselho Europeu de próxima segunda-feira.
2. O Gabinete do Primeiro-Ministro começou por propor que o encontro se realizasse às 15h30 de amanhã. Desde logo, foi comunicado ao Gabinete do Primeiro-Ministro que a hora proposta colidia com a prevista participação do Secretário-geral do PCP na manifestação contra a guerra e pela paz.
3. Num segundo contacto, o Gabinete do Primeiro-Ministro propôs as 16h30 de sábado, o que continuava a não ser viável face ao referido compromisso do Secretário-geral do PCP, pelo que , da parte do PCP, foi sublinhado que ou se encontrava uma hora que possibilitasse a participação do Secretário-geral do PCP ou se admitia, como já tem acontecido em ocasiões similares, que o PCP se fizesse representar por uma delegação dirigida por um membro da Comissão Política do PCP.
4. Em resposta dada hoje , o referido Gabinete comunicou ao PCP que o Primeiro-Ministro tinha registado que o PCP não tinha acedido às propostas feitas e que, em consequência, o PCP não seria abrangido por estas consultas, o que constitui uma óbvia recusa a receber uma delegação do PCP que não fosse dirigida por Carlos Carvalhas.
5. Nestes termos, o PCP não pode deixar de considerar lamentável, politicamente ilegítima e profundamente deselegante esta atitude do Primeiro-Ministro ( que contrasta com práticas anteriores nesta matéria) e cuja falta de fundamento e de razoabilidade fica atestada quando se sabe que certamente o Primeiro-Ministro não deixará de receber dois partidos representados na AR que, como é do domínio público, não têm nem Secretário-geral nem Presidente.