O título deste debate "A invasão da Ucrânia pela Rússia" - adoptando uma formulação que não vingou no Conselho Europeu - é sobremaneira elucidativo sobre a abordagem da maioria deste Parlamento à situação na Ucrânia.
Nem uma palavra sobre o golpe de estado levado a cabo pelos sectores mais reaccionários da oligarquia ucraniana (com o apoio externo), após meses de desestabilização e violência, após o anúncio da suspensão da assinatura do acordo de associação com a UE e instrumentalizando o profundo e justo descontentamento de amplas camadas da população, resultante do desastre social e económico da restauração do capitalismo na Ucrânia nas últimas duas décadas.
Nem uma palavra sobre a brutal ingerência e desestabilização dos EUA, da UE e da NATO na situação interna da Ucrânia que – promovendo e apoiando forças de extrema-direita, neonazis e xenófobas e fomentando o exacerbar de tensões, de divisões e clivagens –, visa assegurar o domínio político, económico e militar deste imenso país.
Este é um caminho perigoso, que representa uma acrescida ameaça à segurança e à paz na Europa e no Mundo.
Denunciamos aqui vivamente a promoção das forças de extrema-direita, de cariz fascista e neonazi, do anticomunismo na Ucrânia – no que constitui uma séria ameaça à democracia, aos direitos e liberdades e à própria integridade e soberania do país.