Angola vive de novo em clima de guerra aberta provocado pela UNITA de Jonas Savimbi que, não se conformando com os resultados eleitorais, violando frontalmente os Acordos de Lusaca e destabilizando a recuperação do país, procura impedir que o Estado Angolano estenda a sua administração a todo o território.
O PCP, que desde o primeiro momento denuncia o carácter terrorista da UNITA, chama a atenção para a envergadura das acções militares daquela organização, só possíveis com a conivência de sectores da comunidade internacional e fortes apoios externos. É particularmente inquietante que o rearmamento da UNITA se tenha verificado sob a vigilância da ONU e da observação da "troika" (Portugal, Rússia e EUA).
Urge pôr termo a uma tal situação. Savimbi não pode prosseguir a pilhagem das riquezas de Angola para continuar a arregimentar mercenários e comprar as armas que utiliza para semear a guerra, a destruição e a morte entre o martirizado povo angolano.
A política de dois pesos e duas medidas praticada quer pelo Conselho de Segurança da ONU quer pelos EUA - Timor e Angola por um lado e Iraque por outro - deve ser firmemente condenada.
Está por demais demonstrado que Savimbi e o seu grupo não têm quaisquer escrúpulos.
É pois necessário que sejam tomadas no plano internacional - desde logo a nível da ONU e do seu Conselho de Segurança, mas também no que respeita à União Europeia, OUA e outras organizações - medidas que isolando, condenando e punindo Savimbi, o impeçam de facto e no concreto de continuar a sua saga de destruição e morte.
O PCP considera que o governo português e os restantes órgãos de soberania devem tomar com urgência iniciativas políticas e diplomáticas junto dos aliados de Portugal visando novas e decisivas medidas contra a UNITA.