O Partido Comunista Português denuncia e condena com a maior indignação a promoção, sob a Presidência estoniana da União Europeia, no dia 23 de Agosto, em Tallinn, capital da Estónia, de mais uma grave manifestação de anti-comunismo e revisionismo histórico.
Sob o pretexto de celebração de um auto-proclamado e provocatório “Dia europeu de memória das vítimas de todos os regimes totalitários e autoritários”, a União Europeia promove e identifica-se com as mais reaccionárias concepções e falsificações da história contemporânea, calúnia sem escrúpulos as experiências de socialismo e de forma deplorável equipara fascismo e comunismo, absolvendo e silenciando os crimes do nazi-fascismo e as responsabilidades das grandes potências capitalistas que – com o Tratado de Munique, que legitimou a anexação da Checoslováquia pela Alemanha nazi – abriram caminho ao início da Segunda Guerra Mundial e à invasão da União Soviética pelas hordas hitlerianas.
Trata-se de um acto tanto mais deplorável, quanto em países que integram a União Europeia – como é o caso da Estónia – cresce o racismo e a xenofobia, se perseguem e proíbem partidos comunistas e se criminaliza a ideologia comunista, se reabilitam criminosos fascistas, destroem símbolos da luta anti-fascista e da vitória alcançada, com o contributo determinante da União Soviética, sobre o nazi-fascismo – não esquecendo que na Ucrânia o elogio do fascismo e o anti-comunismo se tornaram política do poder golpista.
O PCP considera necessário não deixar passar em claro e protestar energicamente contra tão grave manifestação de obscurantismo anti-comunista, tanto mais quanto esta é promovida por uma entidade que, pretendendo dar ao mundo lições de “democracia” e “direitos humanos”, está ao serviço do grande capital e das grandes potências, pratica uma política de imposições supranacionais, de agressão e limitação da soberania nacional e da democracia, de intensificação da exploração, de ataque a direitos sociais e laborais, e na qual estão em desenvolvimento tendências e práticas repressivas de limitação a direitos e liberdades fundamentais, e militaristas.
O PCP, que reclama do Governo português uma clara demarcação deste tipo de operações de falsificação da história e anti-comunistas, não deixará que se branqueie o fascismo e se criminalize o ideal e o projecto comunista, se apague a decisiva contribuição dos comunistas e do sistema socialista para a derrota dos tenebrosos projectos do nazi-fascismo e para os grandes avanços progressistas e revolucionários alcançados no século XX.