A intervenção militar dos Estados Unidos em território da Síria, a pretexto do combate ao grupo denominado “Estado Islâmico”, constitui um novo passo na escalada de ingerência e de agressão contra a Síria, que atenta contra a sua soberania e representa uma ameaça directa à integridade territorial deste país.
O PCP considera que esta nova escalada belicista liderada pelos EUA – uma vez mais, assente numa campanha de hipocrisia e mentira e realizada à margem do direito internacional e em desrespeito pela Carta das Nações Unidas –, coloca sérias questões quanto ao futuro do Iraque e encerra novos e trágicos perigos para os povos do Médio Oriente.
Uma situação que não está desligada da política de agressão e de ocupação de Israel contra a Palestina, o Líbano e a Síria, que tem parte do território – os Montes Golã – ilegalmente ocupado por Israel.
O PCP recorda que os EUA com os seus aliados da NATO e da região – como Israel e as ditaduras do golfo – há mais de três anos promovem, financiam e armam grupos, como aqueles que se reúnem em torno do denominado “ISIS” e que são utilizados para espalhar o terror e a destruição na região.
Se os EUA, com os seus aliados, quisessem efectivamente combater os grupos terroristas que assolam as populações da Síria e do Iraque, deveriam começar por cessar o seu apoio político, financeiro e militar a esses grupos e pôr fim à sua instrumentalização para desestabilizar a região e agredir Estados soberanos que não se submetem aos projectos de domínio do imperialismo.
O que se impõe é a solidariedade e o apoio aos povos, como o Sírio e o Iraquiano, atingidos pela bárbara acção desses grupos e a clara rejeição de que, a pretexto do seu combate, se desenvolvam processos de ingerência, agressão e guerra movidos pelos interesses estratégicos dos EUA.
Como o PCP tem salientado, o fim da escalada de violência que ameaça arrastar os povos da Síria e do Iraque para um ainda maior desastre, exige o respeito pela sua soberania e independência nacionais e não novas aventuras belicistas, de que Portugal, no respeito pela sua Constituição e pela Carta das Nações Unidas, se deve resolutamente desvincular e firmemente condenar.