Pergunta ao Governo N.º 1664/XII/2

Situação das obras de requalificação da Escola Secundária Jorge Peixinho no Concelho do Montijo, Distrito de Setúbal

 Situação das obras de requalificação da Escola Secundária Jorge Peixinho no Concelho do Montijo, Distrito de Setúbal

O Grupo Parlamentar do PCP tomou conhecimento que a Escola Secundária Jorge Peixinho, no Montijo, funciona numa situação verdadeiramente desumana e insustentável, através de denúncia da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária Jorge Peixinho.
Segundo a Associação de Pais e Encarregados de Educação “passados 26 meses, somente 10 salas de aula, foram entregues”, embora estejam já finalizados vários espaços da 1ª fase da intervenção, nomeadamente: 20 salas de aulas, diversos laboratórios, salas de apoio à comunidade, salas para clubes, sala da associação de estudantes, sala de professores, refeitório, sala de convívio, cozinham, papelaria, reprografia, biblioteca, salas de expressão dramática e a nova entrada principal.
Apesar destes espaços poderem estar em condições de serem utilizados pela comunidade escolar, a Associação de Pais e Encarregados de Educação receia que se esteja perante um novo adiamento da entrega da obra relativa à 1ªfase, mantendo-se a escola a funcionar em condições desadequadas para o ensino/aprendizagem, sem condições para estudantes, professores e funcionários.
A Associação de Pais e Encarregados de Educação fez um levantamento exaustivo das condições de funcionamento anómalas da escola, decorrente do constrangimento do processo de obras, bastante agravadas devido à suspensão das mesmas, que passamos a citar:
•“O processo educativo dos 1200 alunos decorre em instalações provisórias, atualmente degradadas apesar das manutenções pontuais a que são sujeitas;
•As aulas decorrem em monoblocos com graves problemas de manutenção e consequentemente de segurança – os quadros didáticos caem constantemente devido a problemas de humidade, ar é classificado como irrespirável nos primeiros tempos da manhã - sem quaisquer condições de insonorização e privacidae necessárias e fundamentais ao decorrer das aulas;
• As instalações da Biblioteca e todo o material didático encontram-se inacessíveis (nas novasinstalações) há mais de 4 meses;
•Ausência de instalações desportivas adequadas e balneários para a prática desportiva/aulas de Educação Física;
•Entrada principal sem condições de segurança, quer pela dimensão reduzida, quer pela proximidade à faixa de rodagem numa via muito movimentada;
•Salas adaptadas que não permitem lecionarem a totalidade dos conteúdos programáticos dos cursos profissionais e de formação (estando parte dos equipamentos fechados nas novas instalações);
•Serviços administrativos, técnicos e de apoio a funcionarem em situações precárias e que impedem a total resposta à comunidade escolar;
•Ausência de infraestruturas de apoio que permitam executar o Plano Anual de Atividades e os conteúdos programáticos das disciplinas na sua totalidade, permitindo uma maior motivação de todos;
•Cobertura do edifício antigo degradado, com aberturas (buracos) na estrutura, devido às obras iniciais para uma intervenção que não se concretiza e que já provocou sérias infiltrações (a água escorre abundantemente pelas paredes em algumas áreas do edifício onde decorrem aulas e serviços);
•Pavilhão desportivo degradado e situado por cima das instalações da Cozinha (com todos os perigos dai inerentes!);
•Instalações de Cozinha com condições débeis que favorecem o aparecimento de problemas passiveis de colocar em perigo a saúde publica – como o que ocorre neste momento, obrigando ao seu encerramento temporário recorrendo a soluções de contingência que impedem o seu regular funcionamento, nomeadamente a confeção das refeições no refeitório de outro estabelecimento de ensino.
• Abatimento de terras no recinto escolar, junto a áreas onde se praticam jogos desportivos.
•Ausência de instalações para o funcionamento do Posto de Saúde, numa escola que dispõem de um Desfibrilhador (talvez a única no país) e onde é realizada anualmente formação específica de SBV, fruto do projeto Live school, de 2010, dinamizado por um grupo de alunos que “perdeu” um colega por morte súbita no recinto escolar. “
Se as condições de funcionamento não estão piores, muito se deve ao empenho e dedicação dos professores, funcionários e estudantes, que procuram solucionar da melhor forma os constrangimentos diários.
Relembramos que a situação da Escola Secundária Jorge Peixinho é insustentável para professores, funcionários e estudantes, mas também para os trabalhadores da empresa responsável pela obra. Devido aos atrasos no pagamento dos salários, os trabalhadores chegaram mesmo a barricarem-se dentro das instalações.
Mais uma vez refirmamos a posição do PCP. Sempre manifestámos a nossa oposição à criação da Empresa Parque Escolar. A realidade demonstrou que esta foi uma solução errada. Contudo, sempre entendemos necessário e urgente a requalificação e ampliação do parque escolar, mas que fosse assumido diretamente por serviços tutelados diretamente pelo Ministério da Educação.
Esta situação não pode continuar. O Governo tem de resolver definitivamente este problema e tomar os procedimentos necessários para a conclusão das obras de requalificação da escola.
Ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo que porintermédio do Ministério da Educação e Ciência, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
1.O Governo reconhece que as atuais condições de funcionamento da escola descritas pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária Jorge Peixinho são desadequadas, não potenciam o ensino/aprendizagem e são desmotivadoras para profissionais de educação e estudantes?
2.Segundo a Associação de Pais e Encarregados de Educação há um diferendo por resolver entre o empreiteiro e a Empresa Parque Escolar, que impede a entrega dos espaços já concluídos. De que se trata e como pretende o Governo resolver, de modo a ultrapassar a atual situação?
3. O que impede a continuação das obras nesta escola para a concretização da 2ª fase?
Para quando o Governo pretende retomar as obras de requalificação da Escola Secundária Jorge Peixinho? 4.Qual a data prevista para a conclusão?
5. Qual o cronograma previsto, detalhando os trabalhos a executar e prazos?
6.Qual a situação dos trabalhadores da empresa responsável pela obra? Os pagamentos aos trabalhadores estão regularizados?

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