Pergunta ao Governo N.º 1182/XII/1

Situação dos Enfermeiros nas Unidades de Saúde no Distrito de Setúbal

Situação dos Enfermeiros nas Unidades de Saúde no Distrito de Setúbal

Foram transmitidas pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses ao Grupo Parlamentar do
Partido Comunista Português várias preocupações, quanto à situação laboral dos enfermeiros
em unidades de saúde no Distrito de Setúbal:
- o Hospital Garcia de Orta e o Hospital de São Bernardo ainda não efectuaram o
reposicionamento dos enfermeiros na carreira, previstos em 2012;
- os cortes indevidos em 2011 referentes ao pagamento de horas de qualidade realizadas em
Novembro e Dezembro de 2010, ainda não foram regularizados no Hospital Garcia de Orta e em
alguns Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES);
- desrespeito pelas dotações seguras nos serviços de saúde, reflectindo-se na grande carência
de enfermeiros;
- não disponibilização de viatura no âmbito dos cuidados domiciliários, obrigando os enfermeiros
a utilizar a viatura própria para esse fim. Esta situação verifica-se sobretudo no Barreiro, Montijo,
Setúbal, Almada e Litoral Alentejano.
Para além dos constantes desrespeitos pelos direitos dos enfermeiros, o Governo continua a
colocar mais enfermeiros no desemprego, que resultará na redução de serviços e na
degradação na prestação dos cuidados de saúde. No ACES do Arco Ribeirinho Sul estão
previstos sair 4 enfermeiros em Dezembro e no ACES Seixal/Sesimbra estão previstos sair 9
enfermeiros no final de Novembro. Com menos enfermeiros, as populações ficam mais
desprotegidas ao nível dos cuidados de saúde, colocando mesmo em causa o direito à saúde.
Estes enfermeiros são subcontratados pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale
do Tejo. O PCP sempre discordou deste modelo de contratação dos profissionais de saúde,
para assegurar o funcionamento dos serviços públicos de saúde. Em alternativa, defendemos a
contratação dos enfermeiros em falta, integrados numa carreira, com vínculo público. Deste
modo para além de assegurar os direitos dos profissionais, os custos associados são inferiores
para o Estado.
Ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo, que por
intermédio do Ministério da Saúde, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
1. Porque motivo os enfermeiros não foram reposicionados na carreira? Para quando se prevê o
reposicionamento?
2. Quando pretende o Governo regularizar os cortes indevidos referentes a horas realizadas no
final do ano passado, ainda não resolvidos no Hospital Garcia de Orta?
3. O Governo não garante as condições de trabalho adequadas às funções desempenhadas
pelos enfermeiros, obrigando-os a utilizar a viatura própria. Como o Governo justifica isto? Como
pretende resolver o problema e assegurar as condições de trabalho adequadas aos
enfermeiros?
4. Como fundamenta o Governo a saída de enfermeiros dos serviços públicos de saúde? O
Governo avaliou os impactos da redução dos enfermeiros nas condições de funcionamento e na
prestação de cuidados aos utentes?
5. Que medidas pretende o Governo tomar para resolver a carência de enfermeiros nos centros
de saúde e nos hospitais? Vai contratar os enfermeiros em falta e integrá-los na função pública?

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